O príncipe Philip do Reino Unido, de 99 anos, morreu na manhã de 9 de abril de 2021. O Palácio de Buckingham não entrou em detalhes sobre a causa de sua morte. Disse apenas que ele “faleceu pacificamente” no Castelo de Windsor, uma das residências oficiais da família real.
Dois meses antes, o marido da rainha Elizabeth II tinha passado mal e precisou ser internado. No dia 1º de março, foi submetido a uma cirurgia no coração. Ficou hospitalizado quase um mês. Na hora de preencher seu atestado de óbito, o médico da realeza declarou que ele morreu de… “idade avançada”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu incluir a velhice na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) no dia 28 de maio de 2019, durante a 72ª Assembleia Mundial de Saúde. O encontro aconteceu em Genebra, na Suíça, e reuniu representantes de 194 países, incluindo o Brasil.
Ficou acertado que o código R54, até então empregado para casos de senilidade, seria substituído pelo novíssimo MG2A, usado para pacientes que, a exemplo do príncipe britânico, morreram em idade avançada.
O motivo da troca, explica Bernardino Vitoy, especialista em saúde familiar e comunitária da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), teria sido a “conotação negativa” da palavra senilidade.
A mudança, que passaria a valer dia 1º de janeiro de 2022 com prazo de três anos para ser devidamente implementada, desagradou especialistas de diversos campos.
O médico gerontólogo Alexandre Kalache, ex-diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS, classifica a decisão de “aberração” e “retrocesso”.
Decisão da OMS de incluir a velhice na sua lista oficial de doenças — que acaba de ser revertida — suscita debates sobre os novos significados dessa fase
Velhos, sim… Doentes, não! A nova cara e os desafios da velhice
publicado originalmente em Veja saúde
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