Estudo avalia aprendizado de bebês que ficaram isolados na pandemia

Por Fabiana Schiavon

Crianças em todo o mundo tiveram de ficar longe de creches e escolas por períodos diferentes durante o isolamento devido à pandemia de coronavírus. Elas também deixaram de passear e conviver com amigos e parentes. Pois pesquisadores de 13 países se uniram para descobrir como essas medidas impactaram no aprendizado de bebês de 8 até 36 meses.

O estudo começou em março de 2020, quando pais forneceram dados básicos sobre seus filhos, como idade, número de irmãos, exposição a diferentes línguas e desenvolvimento de vocabulário. Novas perguntas foram feitas após o fim do lockdown, dessa vez sobre as atividades realizadas no isolamento, tempo de tela e quantidade de palavras aprendidas nessa fase.

Os países participantes foram Canadá, França, Alemanha, Israel, Noruega, Polônia, Arábia Saudita, Suíça, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e Bulgária. Não houve comparações em relação à duração ou severidade do isolamento, que foram diferentes em cada país.

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Como esperado, pais que leram mais para seus filhos relataram o aprendizado de mais palavras do que aqueles que não se dedicaram tanto a esse hábito. E crianças com maior exposição às telas aprenderam menos palavras em relação àquelas que passavam menos tempo diante de televisão, tablets e afins.

O que surpreendeu é que os pequenos que não tinham tanto o hábito de ficarem conectados e aumentaram esse consumo durante a pandemia também tiveram ganhos de linguagem.

“Embora isso sugira que o isolamento relativamente curto não afetou negativamente o desenvolvimento da linguagem de crianças pequenas, devemos ser cautelosos ao assumir que isso se aplicaria a tempos normais ou a bloqueios mais longos, dadas as circunstâncias extraordinárias que as crianças e seus pais enfrentaram durante esse período”, avaliou Natalia Kartushina, professora da Universidade de Oslo, na Noruega, que liderou essa parte da pesquisa, publicada na revista Language Development Research.

Um segundo braço do trabalho se dedicou a avaliar exclusivamente o aumento no tempo de exposição às telas durante o lockdown e a aquisição da linguagem. A iniciativa foi liderada pela Universidade de Göttingen, na Alemanha, com o Instituto Max Planck de Psicolinguística, na Holanda, e a Universidade de Ciências Aplicadas e Artes da Suíça Ocidental.

Pesquisadores de 13 países investigaram o impacto da quarentena na aquisição de linguagem. Bebês que tiveram contato com livros se deram melhor

Estudo avalia aprendizado de bebês que ficaram isolados na pandemia

publicado originalmente em Veja saúde

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