Os efeitos do colágeno e quando realmente vale suplementar

Por Fabiana Schiavon

O colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo corpo humano a partir da alimentação. Aliás, 25% de toda a proteína presente em nosso organismo é representada por ele. Quando falamos na substância, logo pensamos na sua importância para a beleza da pelejá que ela ajuda a formar e renovar fibras de sustentação da cútis. Mas as funções vão além e incluem manter a saúde de músculos, tendões, articulações e até das artérias.

Com a idade, mais ou menos depois dos 30 anos, o nosso corpo vai perdendo a capacidade de fabricar essa molécula com a mesma destreza. É nesse momento, e principalmente de olho em sua atuação na parte estética, que os suplementos de colágeno começam a seduzir o consumidor.

Mas não basta sair comprando um potinho de pílula ou gomas na farmácia. O tema é complexo.

Para começar, o colágeno é uma molécula muito grande. Para ser absorvida, ela precisa passar pela hidrólise, que é basicamente uma “quebra”. Dessa maneira, é transformada em partes menores, os aminoácidos – sobretudo lisina e prolina.

Daí porque é tão comum encontrar suplementos de colágeno hidrolisado – significa que já passaram por essa mudança.

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Há, ainda, os peptídeos de colágeno bioativos: nesse caso, essas “quebras” são feitas com a intenção de chegar a aminoácidos específicos, que trabalhem diretamente no órgão alvo, como pele, músculos, articulações, etc.

“Também conhecidos como componentes peptídeos, eles são o colágeno formado por fragmentos com menor peso molecular para que a substância seja mais facilmente absorvida no organismo”, esclarece Tiago Lazzaretti, médico do esporte do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

Garantia de benefício?

Segundo alguns especialistas, esses processos não bastam para assegurar o total aproveitamento do colágeno, independentemente do objetivo.

“Além de passar pela hidrólise, a lisina e prolina dependem de alguns micronutrientes para serem captadas e surtirem efeito”, defende Juliano Burckhardt, médico cardiologista, geriatra e nutrólogo, membro titular da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

A vitamina C é o principal deles. Mas os minerais zinco, ferro e selênio também auxiliam na missão, segundo o médico.

Só que tem mais um detalhe: Burckhardt conta que não adianta estar com os micronutrientes em dia se houver um monte de açúcar na circulação. Isso valeria inclusive para a versão encontrada nas frutas.

“O excesso de frutose quebra a função da lisina. Então, se houver exagero no consumo de alimentos como laranja e acerola com a intenção de aumentar os níveis de vitamina C, por exemplo, a conta não vai bater”, avalia o geriatra.

Estudos apontam que o uso do suplemento só faz sentido quando estiver aliado a uma rotina saudável e ministrado sob supervisão médica

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publicado originalmente em Veja saúde

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