
Nas florestas de Madagascar, grandes lêmures de corpo preto e branco e olhos esbugalhados se dedicam a duetos e coros. Eles cantam para encontrar familiares nas árvores, marcar território e até realizar batalhas vocais com seus vizinhos. São os indris: os únicos lêmures que se comunicam por meio de canções.
Os gritos do primata lembram uma buzina pouco agradável, mas têm muito em comum com a música humana, segundo pesquisa publicada na revista Current Biology. Estudando o canto dos indris (Indri indri), uma equipe de cientistas descobriu que ele apresenta ritmos que até então só eram conhecidos em humanos e aves.
Ao longo de doze anos, os pesquisadores analisaram canções de vinte grupos de indri para descobrir se o canto dos animais apresenta algum ritmo específico (em outras palavras, um padrão alternado de sons e silêncios) – e tentar encontrar traços musicais comuns entre outras espécies. Ao todo, foram 636 gravações de 39 animais adultos.
Eles perceberam que esses lêmures compartilham dois padrões rítmicos com humanos. O primeiro é parecido com o tique-taque de um relógio ou de um metrônomo, em que o intervalo entre duas notas é sempre o mesmo. Esse padrão 1:1 é o que os pesquisadores chamam de isocronia.
O canto dos indris segue padrões que até então só eram conhecidos em humanos e aves. A descoberta pode ajudar a construir ‘árvore evolutiva’ de características musicais entre primatas. Ouça.
Lêmures cantam em ritmo característico de humanos, indica estudo
publicado originalmente em superinteressante
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