Abelhas e borboletas estão em declínio no Brasil, mostra levantamento

Insetos geralmente não são protagonistas de campanhas de conservação ambiental – e você pode achá-los feios e nojentos. Mas eles também precisam ser protegidos: são parte importante dos ecossistemas e polinizadores exclusivos de muitas culturas agrícolas. E estão em declínio, aqui no Brasil.

Foi o que observou um levantamento feito por pesquisadores da Unicamp (SP) e das universidades federais de São Carlos (SP) e do Rio Grande do Sul. Eles reuniram 75 casos sobre abundância e biodiversidade de insetos, registrados anteriormente por outros cientistas. E descobriram que a maioria aponta para uma redução desses animais.

A lista de insetos do levantamento inclui aquáticos (como as libélulas) e terrestres (como abelhas, vespas, formigas, borboletas e besouros). As informações foram obtidas em 45 estudos – a maioria na Mata Atlântica, nenhum no Pantanal e na Caatinga – e a partir de conversas com outros 156 pesquisadores, que responderam questionários e contribuíram com suas experiências.

O levantamento consultou 45 estudos e 156 pesquisadores. A maioria das tendências observadas, entre insetos terrestres, aponta para uma redução.

Abelhas e borboletas estão em declínio no Brasil, mostra levantamento

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Sósias podem compartilhar traços genéticos e comportamentos

Doppelgänger é uma palavra de origem alemã que combina os substantivos Doppel (que significa “réplica”) e Gänger (algo como “ambulante” ou “aquele que vaga”). A ideia de existir alguém muito similar a você já foi muito usada na ficção – seja como um monstro metamorfo ou só alguém coincidentemente parecido. O fato é que existem, sim, pessoas que compartilham feições semelhantes; e segundo um novo estudo, elas podem ter ainda mais em comum.

Análises de DNA de 16 duplas de indivíduos extremamente parecidos revelaram que algumas pessoas com rostos semelhantes também têm alturas, pesos, hábitos e comportamentos parecidos.

No estudo, os pesquisadores analisaram imagens de 32 duplas de sósias usando três algoritmos de reconhecimento facial diferentes. Metade deles foram classificados como doppelgängers por todos os três algoritmos. Então os cientistas conduziram análises genéticas dentro desse novo grupo e encontraram 9 pares com semelhanças mais particulares ainda.

Juntos, essas super sósias compartilham 19.277 variações genéticas comuns em 3.730 genes, muitos relacionados a traços corporais e faciais.

As respostas aos questionários sobre a vida pessoal sugerem que eles compartilham ainda mais do que apenas o rosto. Algumas características de estilo de vida, como tabagismo, peso e nível de escolaridade, também foram associadas aos pares de sósias.

Estudo analisou 32 duplas de pessoas fisicamente parecidas e descobriu que, além de rosto, elas compartilhavam alguns genes e até hábitos.

Sósias podem compartilhar traços genéticos e comportamentos

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A sua garganta é mais simples do que a de um chimpanzé – e isso é ótimo

Novo estudo sugere que a ausência de tecido extra na laringe, presente em outros primatas, pode explicar a evolução da fala humana. Entenda.

A sua garganta é mais simples do que a de um chimpanzé – e isso é ótimo

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Mastigar gasta mais energia do que você imagina

Mascar um chiclete aumenta em 15% o gasto de energia – e alimentos mais duros significam uma demanda maior.

Mastigar gasta mais energia do que você imagina

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Os cristais de tempo – e outros estados insólitos da matéria

Por Bruno Garattoni

É um troço que parece violar as leis mais fundamentais da física, lembra um moto-perpétuo mágico ou coisa que o valha, e tem um nome que mais parece saído da ficção científica. Mas existe, é uma peça-chave para o desenvolvimento dos computadores quânticos – e pode abrir caminho para a criação de relógios de altíssima precisão, capazes de funcionar sem energia. Estamos falando de um novo estado da matéria: os cristais de tempo.

Às vezes dá saudade de quando os estados da matéria eram apenas sólido, líquido ou gasoso, né? Conforme os físicos têm explorado com detalhes cada vez mais finos os mais variados modos pelos quais átomos e partículas podem se comportar, essa lista tem crescido.

O quarto estado da matéria, o plasma, nem é tão novo assim: foi descoberto em 1879, pelo físico inglês William Crookes. Você gera plasma aquecendo um gás ou despejando corrente elétrica sobre ele – esse é o princípio adotado nas televisões de plasma, que precederam as LCD.

Nelas, cada pixel é um cubinho microscópico, cheio dos gases xenônio e neon. Quando a televisão queria acender um determinado pixel, jogava eletricidade naquele cubinho – o xenônio e o neon se transformavam em plasma (gás ionizado, ou seja, eletricamente instável), emitindo luz. O Sol também é feito de plasma.

Mas, ao longo dos últimos 20 anos, os físicos conseguiram ir muito além: criaram estados como os supersólidos, os condensados de Bose-Einstein e os pólarons de Rydberg (mais sobre eles daqui a pouco). Agora, vieram os cristais de tempo. Antes que alguém pergunte: não, eles não servem para viajar no tempo. Mas fazem uma coisa quase tão insólita quanto isso.

Para entender os cristais de tempo, o primeiro passo é compreender os cristais comuns. Um diamante, por exemplo: o que exatamente ele é? Um diamante é feito do mesmíssimo material que o grafite dos lápis: átomos de carbono conectados entre si.

A diferença entre eles está na estrutura cristalina, ou seja, na organização dos átomos. Mas ambos são cristais. Eis o ponto: um cristal é qualquer material onde os átomos estão distribuídos de forma ordenada e repetitiva.

Em 2012, o físico americano Frank Wilczek, vencedor do Prêmio Nobel e professor do MIT, propôs a existência de algo que ele batizou de cristais de tempo. São conjuntos de átomos que se movem de forma repetitiva (daí a comparação com os cristais tradicionais), sem parar, por um período indefinido – e sem usar energia para tanto. Além disso, retornam ao estado inicial.

Parecia o proverbial almoço grátis. Essa ideia de não precisar de energia e voltar à organização original parece violar a primeira e a segunda leis da termodinâmica.

Pense numa mesa de bilhar antes do jogo, com as bolas arrumadinhas. Se você der uma tacada, elas vão se mexer – mas logo vão parar, porque o atrito das bolas com a mesa transformará em calor a energia cinética que você colocou nelas.

Dentro do Sycamore, um chip quântico criado pelo Google, existe algo que desafia a lógica: cristais que se movimentam sozinhos, sem consumir energia. Como é possível? Entenda essa e outras estruturas que parecem estar além da imaginação – mas fazem parte da realidade.

Os cristais de tempo – e outros estados insólitos da matéria

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Varíola dos macacos: ela poderia ter sido evitada

Por Bruno Garattoni

Em 22 de setembro de 2017, o médico Dimie Ogoina recebeu um caso estranho no seu consultório em Wilberforce, na Nigéria. Era um garotinho de 11 anos com feridas no rosto e no corpo.

Podia ser catapora, mas não era – o menino já tinha contraído essa doença, e se curado, tempos antes. Ogoina suspeitou de uma doença rara: a varíola dos macacos, causada pelo vírus MPXV. Colheu amostras das lesões e mandou para teste. Deu positivo.

Era o primeiro caso no país em quatro décadas. Mas não o único: nos dois meses seguintes, apareceram 41 outros. Ogoina ficou intrigado, porque a doença estava se espalhando de forma estranha. Agora ela infectava principalmente homens jovens (não crianças, historicamente suas maiores vítimas).

Esses homens não viviam no campo, em contato com os animais selvagens que normalmente transmitem o MPXV. Moravam em cidades. E, em muitos casos, os pacientes apresentavam lesões nos órgãos genitais, um sintoma novo.

Isso levou Ogoina a suspeitar que a varíola dos macacos estivesse sendo transmitida diretamente entre humanos, o que até então era considerado muito raro, e também através de relações sexuais, não só pelo contato com a pele do doente ou objetos que ele tocou (aquele menino de 11 anos pegou a doença em casa: os médicos descobriram que dois parentes com quem morava tinham  apresentado sintomas antes dele). O MPXV estava diferente. Havia evoluído, e a doença se tornara mais difícil de conter.

Ogoina começou a tentar alertar as autoridades, e chegou a publicar um estudo a respeito no jornal científico PLoS, um dos mais importantes do mundo. Não só não foi ouvido, como sofreu pressões do governo para ficar quieto. “Me disseram para não falar que a transmissão sexual era possível”, revelou ele agora, em 2022, à emissora americana NPR.

Em 2018, a varíola dos macacos sumiu da Nigéria. Segundo Ogoina, isso foi uma ilusão: as autoridades simplesmente foram parando de testar os doentes, o que derrubou o número oficial de casos.

Mas o vírus continuou se propagando – até que, em 2022, explodiu para o mundo. Análises genéticas confirmaram que o MPXV do surto global (até a conclusão deste texto, havia 30 mil casos confirmados em 88 países) pertence à cepa nigeriana de 2017. Ou seja: o que está acontecendo agora poderia ter sido evitado.

Em 2017, um menino nigeriano foi ao médico com feridas estranhas. Ele estava infectado por uma nova cepa do vírus da varíola símia. A mesma que, agora, está se espalhando por 88 países.

Varíola dos macacos: ela poderia ter sido evitada

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Alguns donos de gatos exageram no carinho aos bichinhos, diz estudo

Cientistas ingleses fizeram uma experiência com 120 voluntários – e constataram que as pessoas que mais gostam de gatos nem sempre são as que tratam melhor os bichanos

Alguns donos de gatos exageram no carinho aos bichinhos, diz estudo

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6 verdades sobre a rinite alérgica

Espirros, coriza, congestão nasal, coceira na pele, no nariz, na garganta e nos olhos… Lá vem uma nova crise de rinite alérgica, e justo quando você precisa estar em sua melhor forma. 

Muitas vezes os sintomas da doença surgem de forma inesperada e podem limitar a vida do paciente. Nariz entupido, por exemplo, pode levar a uma noite mal dormida e, consequentemente, falta de energia e concentração, causando irritabilidade para encarar aquela reunião importantíssima no trabalho. E os prejuízos não param por aí. Como curtir as férias e se divertir na praia, sem parar de espirrar? Ou assistir a um filme no cinema se os olhos estão irritados e coçando?

Segundo a Organização Mundial de Alergia (WAO, na sigla em inglês), essa é uma das condições crônicas mais comuns nos consultórios médicos e, ainda de acordo com a entidade, o número de pessoas que sofrem de rinite alérgica já supera 40 milhões em todo o mundo. 

Entender suas causas, bem como as alternativas para prevenir e aliviar os sintomas das crises, é o caminho para uma vida mais saudável e tranquila. 

Os sintomas incomodam e podem prejudicar o dia a dia de seus portadores. Saiba mais sobre o problema e veja como aproveitar o melhor da vida

6 verdades sobre a rinite alérgica

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Como a inteligência artificial pode ajudar espécies ameaçadas de extinção

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) mantém uma “Lista Vermelha”, em que as espécies são classificadas com base na ameaça de serem extintas. Criada em 1964, ela é a fonte de informação mais abrangente no mundo sobre o estado de conservação de espécies de animais, fungos e plantas.

Na lista, as espécies são classificadas em categorias: “Pouco preocupante”; “Quase ameaçada”; “Vulnerável”; “Em perigo”; “Criticamente em perigo”; “Extinta na natureza”; e, por fim, “Extinta”. Contudo, existe uma oitava classificação, reservada às espécies cuja falta de informação impede a aplicação de um estado de conservação adequado.

Uma espécie “Deficiente em dados” não significa que ela seja misteriosa ou desconhecida – orcas e mamoeiros entram nessa categoria, mesmo sendo amplamente estudados – e sim que há pouca ou nenhuma informação disponível sobre a distribuição e abundância da espécie.

A Lista Vermelha é um recurso inestimável para grande parte dos trabalhos de conservação. Contudo, mais de 20 mil espécies são classificadas como deficientes em dados – uma a cada seis das registradas pela IUCN. E essa lacuna de informações pode comprometer pesquisas que dependam e se apoiam na lista.

Pesquisadores criam algoritmo que analisa espécies cuja falta de informação prejudicava a classificação de risco. Muitas delas, ao que tudo indica, correm mais risco do que o imaginado.

Como a inteligência artificial pode ajudar espécies ameaçadas de extinção

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Tartarugas macho desaparecem à medida que o clima esquenta

Muitas espécies de tartarugas não têm o sexo determinado por cromossomos X ou Y como nós, outros mamíferos e aves. O que define se um ovo dará origem a um bebê tartaruga macho ou fêmea é, na verdade, a temperatura ambiente.

Areias mais frias (a menos de 29°C) geram uma quantidade maior de machos; já ninhos mais quentes (acima dos 29 °C) geram mais tartarugas fêmeas. Em temperaturas intermediárias, a proporção é mais igualitária. Isso tudo é definido em um momento crítico do desenvolvimento do embrião: o segundo terço do período de incubação dos ovos.

Ou seja: temperaturas altas não são a praia dos machos – um sério problema em tempos de crise climática. Na Flórida, nos EUA, por exemplo, eles já não estão nascendo conforme o clima esquenta. A tendência é preocupante, afinal, pode empacar a reprodução do animal e reduzir populações.

Quem observou o fenômeno na Flórida foram pesquisadores do Turtle Hospital, um centro de resgate e reabilitação de tartarugas marinhas na cidade de Marathon, em funcionamento desde 1986. Nos últimos quatro anos, a equipe do lugar não encontra nenhum filhote macho por lá.

Esse período foi marcado por mudanças climáticas no estado americano, onde os últimos quatro verões bateram recordes sucessivos de temperatura. Bette Zirkelbach, gerente do Turtle Hospital, descreve o cenário como “assustador”.

Nos últimos quatro anos, pesquisadores da Flórida só encontraram fêmeas na região. A tendência pode ser perigosa para a sobrevivência das espécies.

Tartarugas macho desaparecem à medida que o clima esquenta

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