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Muito além das vacinas: as promessas do mRNA

Por Bruno Garattoni

“Eu trabalhava todas as noites, escrevendo as propostas. E as respostas sempre vinham: ‘não, não, não’. Cogitei ir para outro lugar, trabalhar com outra coisa. Também pensei: ‘talvez eu não seja inteligente o bastante”, contou a bioquímica húngara Katalin Karikó em uma de suas raras entrevistas, no fim de 2020.

Naquele momento, Karikó estava no topo do mundo: as vacinas de RNA mensageiro (mRNA), que só se tornaram realidade graças ao trabalho dela, começavam a chegar aos braços de centenas de milhões de pessoas. Mas a cientista não havia se esquecido do que passou para chegar até ali. Nem teria como esquecer.

Nascida na Hungria, filha de um açougueiro, Karikó cresceu numa casa de dois cômodos sem geladeira, TV ou água encanada. Ela ia bem na escola, entrou na faculdade e se formou na Universidade de Szeged, no sul do país. Foi trabalhar no Instituto de Bioquímica da cidade até que, em 1985, o governo cortou a verba do laboratório.

Karikó vendeu o carro da família (algo proibido no país, comunista), escondeu o dinheiro dentro de um ursinho de pelúcia e o levou, junto com o marido e a filha, numa viagem até os Estados Unidos – para onde a família emigrou em busca de oportuindades.

Essa nova vida começou bem: ela fez pós-doutorado na Universidade Temple, na Filadélfia, e em 1989 se tornou professora-assistente na Universidade da Pensilvânia. Mas, alguns anos depois, o sonho tinha virado um pesadelo. Ninguém acreditava que os estudos com RNA mensageiro, nos quais Karikó colocava todo o seu esforço, poderiam chegar a algum lugar.

Nada contra a ideia em si, que era ótima. Quando o seu corpo precisa fabricar alguma proteína, ele consulta conjuntos de instruções presentes no DNA: os genes. Aí, num processo chamado transcrição, o organismo fabrica moléculas de RNA mensageiro, que contém cópias de determinados trechos do DNA. Elas vão parar nos ribossomos, dentro das células, que leem aquele código e fazem as proteínas. Pronto.

É como se o seu corpo fosse um computador, e o mRNA fosse o software que roda nele. Esse mecanismo é poderoso e universal: plantas, bactérias e vírus também emp o RNA mensageiro. Se você conseguisse criar e editar mRNA em laboratório, poderia usá-lo para ensinar o corpo humano a fazer quase qualquer proteína – como anticorpos contra vírus, ou moléculas capazes de prevenir e curar doenças. “Você transforma o corpo em produtor de medicamentos”, diz Wesley Fotoran, que é imunologista do Instituto Butantan e pesquisa, em seu pós-doutorado, o uso de mRNA contra malária e câncer.   

O corpo humano rejeitava o mRNA artificial, criado em laboratório. E isso parecia não ter solução.

Um potencial gigantesco. Mas a realidade era diferente. Primeiro, não havia como levar aquele mRNA “artificial” até os ribossomos. Isso exigiu 25 anos de pesquisas, mas acabou dando certo: no começo dos anos 1990, cientistas americanos criaram nanopartículas de gordura para envolver e transportar as moléculas. Elas usam um truque genial, relacionado à acidez das células humanas, para só liberar o mRNA no lugar exato (veja quadro abaixo).

Só que aí apareceu um obstáculo bem maior. Na maioria dos casos, o organismo via aquelas moléculas de mRNA como invasoras – afinal, elas continham se-quências genéticas estranhas, que haviam sido criadas em laboratório e não faziam parte do corpo – e as atacava. Não fabricava as proteínas que você queria ensiná-lo a produzir.

As pesquisas bateram num muro, e não avançavam. A visão predominante na comunidade científica era de que aquilo jamais funcionaria. Karikó tentava e tentava, mas nada dava certo. E o dinheiro foi secando – suas propostas de financiamento para pesquisas começaram a ser sumariamente rejeitadas.

O RNA mensageiro é como se fosse um arquivo executável: contém instruções para que o corpo fabrique determinadas proteínas. Veja como essa tecnologia, que estreou nas vacinas da Covid, se tornou uma aposta para tratar diversas doenças – de colesterol a câncer, de gripe a síndromes genéticas raras.

Muito além das vacinas: as promessas do mRNA

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ESTAR BEM

POR QUE SINTO DOR DE CABEÇA ASSIM QUE ACORDO? Os motivos variam de hábitos comuns, como falta de cafeína ou estresse, até questões mais sérias, como enxaquecas Muitas vezes tenho dores de cabeça pela manhã. Elas melhoram quando me levanto e tomo café, mas não consigo descobrir como evitá-las. Tentei vários travesseiros e posições para […]

ESTAR BEM

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Restrições provocadas pela pandemia evitaram 720 mil casos de dengue, diz estudo

Por Maria Clara Rossini

2020 foi marcado por lockdowns e quarentenas. Além de frear o avanço da covid-19, a restrição de circulação de pessoas também evitou centenas de milhares de casos de dengue na América do Sul e no sudeste asiático. A conclusão é de um estudo do London School of Hygiene and Tropical Medicine, publicado no periódico Lancet este mês.

Mesmo com possíveis subnotificações decorrentes da pandemia, o modelo matemático estimou que 720 mil casos de dengue foram evitados no primeiro ano da pandemia. A pesquisa registrou uma diminuição de casos a partir de abril de 2020, quando as medidas de restrição passaram a ser aplicadas na maioria dos países. Em 2019, mais de cinco milhões de pessoas foram infectadas com dengue ao redor do mundo.

O epidemiologista Oliver Brady, um dos autores do estudo, disse ao The New York Times que ficou surpreso com o resultado. Ele esperava que o número de casos fosse aumentar, já que boa parte dos recursos de saúde foram destinados ao combate à pandemia de covid-19. Mas o que aconteceu foi o contrário.

A explicação é que o fechamento de estabelecimentos, principalmente escolas, evitou que boa parte da população entrasse em contato com o mosquito. Boa parte dos programas de prevenção – que aplicam medidas como eliminar focos de água parada e borrifar inseticida – ocorrem nas residências, onde acredita-se que a transmissão acontece. “Mas se esse fosse o caso, […] as ordens de ficar em casa aumentariam o risco – mas não vemos isso em muitos países”, diz Brady.

O estudo sugere que boa parte das transmissões ocorre em lugares públicos, como escolas e locais de trabalho. Essa informação pode ajudar a direcionar melhor os esforços de controle da doença. 

Além disso, mesmo que alguém fosse contaminado pela doença, a pessoa ficaria em casa e evitaria ser picada por outro mosquito Aedes aegypti. Sem picar uma pessoa infectada, o mosquito não carrega o vírus e não infecta outra vítima.

Quarentena evitou a circulação e o contato de pessoas com o mosquito Aedes aegypti. O estudo ajuda a pensar em estratégias mais eficazes no combate à doença

Restrições provocadas pela pandemia evitaram 720 mil casos de dengue, diz estudo

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