Cannabis medicinal: o que esperar dela?

A planta Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, consta de farmacopeias pelo mundo há séculos. Faz tempo que a humanidade a utiliza não só pelos efeitos recreativos mas também terapêuticos — uma lista de indicações que incluía de bronquite a insônia. Na década de 1920, um brasileiro podia ir à farmácia comprar cigarros de cannabis numa boa. A história começou a mudar nos anos 1930. Leis proibicionistas restringiram as vendas e a utilização. Em 1961, num cenário de convulsões culturais, ela passou a ser considerada “substância extremamente prejudicial à saúde” pela Organização das Nações Unidas (ONU). Virou “droga”, na acepção mais comum da palavra. A decisão, considerada equivocada por especialistas, empacou as pesquisas que exploravam o caráter medicinal da planta. Como sabemos, os predicados “antigo” e “natural” não são sinônimos de “seguro” e “eficaz”. Mas a cannabis prometia. Assim, cientistas seguiram estoicamente testando a erva a despeito das restrições. O Brasil inclusive virou referência no assunto. Nos anos 1970, o médico Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), usava plantas apreendidas pela polícia e chegou a fazer seu próprio cultivo para estudar as propriedades da cannabis. “Já naquela época, ele ensinava que era necessário romper barreiras e enfrentar dogmas”, recorda o farmacêutico Paulo Eduardo Orlandi Mattos, pesquisador da Unifesp que colaborou com Carlini. O professor que desafiou o establishment faleceu em 2020, aos 90 anos, e foi citado em mais de 12 mil trabalhos científicos. A medicina está colhendo agora os frutos da dedicação de Carlini e de outros estudiosos, como o bioquímico israelense Raphael Mechoulan, que, nos anos 1960, descreveu os principais componentes ativos da maconha. Dois meses depois da morte do médico brasileiro, em dezembro de 2020 a mesma ONU reconheceu as propriedades terapêuticas da cannabis e a retirou da lista de substâncias perigosas como o crack. Pesquisas clínicas de qualidade atestam sua eficácia para algumas doenças e sintomas. E a legislação brasileira também mudou. Hoje é possível comprar, com receita médica, produtos à base de cannabis nas drogarias. Por outro lado, a merecida empolgação e um mercado em expansão também deram origem a um rótulo de panaceia, como se a planta resolvesse qualquer parada — e relatos individuais estouraram na mídia se sobrepondo a estudos e incertezas. Estamos diante de um admirável e promissor mundo novo estrelado por essa velha conhecida, só que a banalização sem chancela científica pode queimar (de novo) o filme dela.

Depois de décadas de estudos, o uso terapêutico da maconha supera estigmas e ganha holofotes, mas a banalização desperta preocupações

Cannabis medicinal: o que esperar dela?

publicado em Veja saúde

Cannabis medicinal é liberada nas Paralímpiadas por agência antidoping

O uso de produtos à base de canabidiol ou CBD, um dos princípios ativos da Cannabis sativa — nome científico da maconha —, foi liberado aos atletas paralímpicos pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

A decisão é um alívio para os esportistas. O CBD ajuda a reduzir inflamações, relaxar os músculos e controlar dores. “A substância apresenta todas essas vantagens em relação à recuperação física dos atletas e ainda tem menos efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais”, explica a médica Maria Teresa Jacob, de Campinas (SP), membro da International Association for Canabinoid Medicines (IACM). Sem falar que, segundo a especialista, auxilia no combate à insônia e melhora o foco.

Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, esportistas podem manter tratamento à base de canabidiol, que alivia sintomas crônicos, como dores e ansiedade

Cannabis medicinal é liberada nas Paralímpiadas por agência antidoping

publicado originalmente em Veja saúde

Fogaça fala sobre a filha após tratamento com canabidiol: “planta sagrada”

Olivia tem uma síndrome genética rara

Fogaça fala sobre a filha após tratamento com canabidiol: “planta sagrada”

jurado do MasterChef Henrique Fogaça publicou em suas redes sociais fotos para celebrar a melhora de sua filha, Olivia, de 14 anos. Nascida com uma síndrome genética rara e ainda não diagnosticada, ela vem apresentando melhoras no quadro após tratamentos com o canabidiol, substância retirada da planta conhecida popularmente como maconha.

“Há 3 anos ela (Olivia) vem usando o óleo medicinal chamado CBD, que é extraído da planta Cannabis Sativa, mais conhecida como ‘maconha’. E digo para vocês que graças a planta ‘sagrada’, ela esta cada dia melhor, com um semblante de paz, de alegria, sorrindo e sentindo os pequenos prazeres da vida”, escreveu na postagem na rede social.

Durante o relato, ele afirmou que Olivia chegou a ter momentos anteriores ao tratamento em que não conseguia falar e precisava se alimentar por sonda. “Vivia por tempo integral em uma cadeira de rodas”.

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