Cresce consumo de energéticos no país. Exagero é ligado a riscos

Por Diogo Sponchiato

Um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir) mostra que a produção e o consumo de energéticos vêm se elevando por aqui. Ao comparar os dados de 2010 e 2020, a entidade registrou crescimento na fabricação — de 63 milhões de litros por ano para 151 milhões — e um salto na compra. O consumo foi de 300 mililitros por habitante ao ano para 710 mililitros em uma década. Os energéticos são utilizados principalmente para ampliar o pique no trabalho ou na vida social. No entanto, médicos advertem que a ingestão frequente ou abusiva pode sabotar o sono, o coração e o bem-estar mental. O limite vai variar de acordo com as características e as condições físicas de cada um. 

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Tira-dúvidas sobre energéticos

Há riscos para o coração? Depende do seu estado de saúde, sensibilidade à bebida e volume ingerido, mas há relatos de arritmias e outros reveses.

 Atrapalha mesmo o sono? O alto teor de cafeína e outras substâncias que nos deixam ligadões é capaz de dificultar a entrada no sono ou sua manutenção.

 Quem não deve tomar? Vale pedir a opinião do médico que o acompanha. Presença de insônia, ansiedade e doenças cardíacas costuma ser contraindicação. 

Pode misturar com álcool? Especialistas afirmam que, em pessoas mais suscetíveis, o combo é particularmente perigoso ao coração.

Bebida é usada para aumentar pique e produtividade. Mas abuso pode cobrar preço à saúde

Cresce consumo de energéticos no país. Exagero é ligado a riscos

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Insônia: entenda o sono que não vem

Você já se perguntou por que dormimos? Por que passamos um terço de nossa vida de olhos fechados? Bem, como todo processo natural no organismo, o repouso noturno desempenha tarefas essenciais para a saúde: renovar a energia, fazer manutenções pelo corpo e consolidar a memória. O sono é um estado de repouso físico e mental, em que ocorre um período de inconsciência total ou parcial. É nessa calmaria que as nossas células aproveitam para se regenerarabsorver informações e fazer uma faxina geral. Enquanto dormimos, o organismo descarta células mortas e se livra de uma porção de detritos, que, ao se acumular, podem provocar doenças. Diversos sistemas, como o nervoso e o imunológico, utilizam essas horas de paz para se organizar e estarem prontos para o serviço quando a pessoa despertar. Sem isso, não vamos em frente! “Ainda precisamos derrubar a impressão generalizada de que dormir é perda de tempo”, afirma o cardiologista Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS). “ Dormir é fundamental para a vida, e algo que se deve respeitar”, completa. +Leia Também: Dicas para dormir melhor Infelizmente, o sono do brasileiro anda ruim, para não dizer sofrível. Um novo estudo, publicado no periódico Sleep Epidemiology, calcula que 66% da população do país (cerca de 130 milhões de pessoas) dorme mal. As mulheres são as mais afetadas: apresentam um padrão de sono até 10% pior do que o dos homens. Para medir a qualidade do descanso noturno, a pesquisa usou quatro critérios: duração (quantidade de horas dormidas), regularidade (se acorda durante a noite ou não), alcance dos estágios do sono (leve, profundo e REM) e satisfação pessoal (se o indivíduo sente que dorme o suficiente para ficar bem).

Como você anda dormindo?

Pistas do dia a dia indicam se o sono está bom ou ruimCansaço diurno Se você está com sonolência e raciocínio lento de dia, tendo dificuldades em tarefas simples, pode ser falta de descanso adequado. Apetite Anda com mais fome ou vontade de comer alimentos calóricos? Estudo estima consumo de 400 kcal a mais após uma noite ruim. Humor e memória Irritabilidade e esquecimento são sintomas clássicos de poucas horas de sono, além da baixa retenção de informações. Libido Gozar dá sono, enquanto dormir mal resulta em baixa libido. Preste atenção se a sua vontade sexual está normal ou prejudicada. Tecnologia amiga Não consegue se analisar? Aplicativos como Sleep Cycle, Pillow e AutoSleep (que pede um smartwatch) ajudam a avaliar as noites. É fato que muita gente vive uma privação intencional de sono. Seja por necessidade, seja por achar que sono é perda de tempo, o sujeito reserva poucas horas para o encontro com o travesseiro. Mas um problema que vem atingindo cada vez mais cidadãos é a insônia: a pessoa quer dormir, mas não consegue. “É um distúrbio que se caracteriza pela dificuldade para iniciar o sonomanter o sono durante a noite ou despertar muito antes do normal, sem conseguir voltar a dormir”, define a neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono, em São Paulo. “Para o diagnóstico, isso deve estar se repetindo pelo menos três vezes por semana por no mínimo três meses, levando a consequências como fadigairritabilidade e redução do desempenho”,

Cresce o número de brasileiros com dificuldade para dormir. Em paralelo, melatonina e outras soluções invadem as farmácias. Afinal,o que realmente funciona?

Insônia: entenda o sono que não vem

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Contágio social: somos um “bando de Maria vai com as outras”?

Por Diogo Sponchiato

Principal evento de neurociência do país, o Congresso de Cérebro, Comportamento e Emoções reuniu no frio de Gramado (RS) mais de 2 mil médicos, psicólogos e outros profissionais que estudam a mente humana. Tema de uma mesa-redonda, o contágio social foi discutido à luz de episódios históricos, experimentos de campo e pesquisas de neuroimagem. Afinal, até que ponto somos influenciados pelas atitudes dos outros? Uma das apresentações mais instigantes foi a do cientista comportamental holandês Kees Keizer, que examinou as evidências por trás da teoria das janelas quebradas. Remetendo à Nova York dos anos 1980, quando a cidade enfrentava altos índices de criminalidade, ela postula que, quando se quebra uma regra local, outras violações tendem a ser cometidas. Os estudos de Keizer indicam que, dependendo do contexto, realmente um efeito em cadeia entra em cena, nos estimulando a repetir boas ou más ações. “Pode soar brega, mas o fato é que a atitude de uma única pessoa pode fazer a diferença”, diz.

O experimento das bicicletas

O professor Kees Keizer, da Universidade de Groningen, na Holanda, bolou o seguinte experimento para testar o impacto do contágio social. Em um beco onde se estacionavam bicicletas, sua equipe espalhava panfletos sobre elas. No primeiro cenário avaliado, isso acontecia num local com paredes limpas. No segundo, ocorria no mesmo lugar, mas com as paredes pixadas. No ambiente sem grafite, 33% das pessoas jogavam o panfleto que estava sobre a bike no chão. Quando o espaço tinha a parede avariada, o número de indivíduos que descartavam o papel de forma incorreta foi de 69%. Uma experiência parecida feita num estacionamento de supermercado chegou a resultados similares. “A violação de uma norma social leva a outros tipos de violação”, conclui Keizer. + LEIA TAMBÉM: Panaceia da cannabis medicinal é debatida em evento de neurociência

Mapeamento cerebral

O neurocientista russo Vasily Klucharev, da Universidade de Amsterdã, na Holanda, se dedica a entender os efeitos do contágio social no cérebro por meio de exames de imagem e da atividade elétrica nesse órgão. No congresso realizado em Gramado, ele compartilhou suas descobertas e achados de outras pesquisas na área. Um deles é que os circuitos nervosos associados ao prazer, mediados pelo neurotransmissor dopamina, exercem papel crítico na imitação de atitudes e comportamentos alheios. Segundo Klucharev, nossa trajetória evolutiva como seres sociais nos dotou de um cérebro que gera bem-estar quando estamos em conformidade com o grupo e produz estresse quando apresentamos tendências discordantes.

Cientistas debatem em congresso por que o ser humano é programado para imitar atitudes alheias — incluindo as ruins

Contágio social: somos um “bando de Maria vai com as outras”?

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Avocado: a grandeza nutricional do pequeno abacate

Por Fabiana Schiavon

Há quem diga que a nossa predileção pela vitamina de abacate tem o dedo de dom João VI (1767-1826). É que o monarca recebeu as primeiras mudas da espécie e as plantou no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O presente, vindo da Guiana Francesa, era de uma variedade mais aquosa, perfeita para ser misturada com um pouco de açúcar. Desde então, abacateiros se espalharam pelos quintais do Brasil e, diferentemente da maioria das cozinhas pelo mundo, o fruto foi designado para as receitas doces. Alguns séculos depois, os brasileiros têm se aventurado a experimentar o alimento em pratos salgados e querem tirar proveito da aura saudável que ele ganhou. Nesse sentido, quem faz bonito é um tipo específico de abacate, conhecido como avocado, mas que, pela certidão de nascimento, leva o sobrenome Hass. “Menorzinho, ele tem consistência firme e não desmorona facilmente quando fatiado, laminado ou cortado em cubos”, descreve a nutricionista Ana Paula Gines Geraldo, coordenadora do Projeto Cozinhando com Ciência, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “O sabor também é mais suave, pouco adocicado”, completa a nutricionista Kristy Soraya Coelho, do Centro de Pesquisas em Alimentos da Universidade de São Paulo (FoRC-USP). Fora ser degustado in natura, o avocado é boa pedida em saladas, sanduíches e como acompanhamento de carnes e pescados, por exemplo. + Leia também: Bote o avocado na sua rotina Se estamos conhecendo melhor o pequenino agora, o mundo já o elegeu faz tempo. “O Hass é a variedade de abacate mais comercializada no planeta”, conta o engenheiro-agrônomo, doutor e pesquisador Tadeu Graciolli Guimarães, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Cerrados. Só nos Estados Unidos, o consumo triplicou desde o início dos anos 2000, segundo o Departamento de Agricultura de lá. Na década passada, uma combinação de torrada com a fruta, batizada de avocado toast, passou a desfilar nas redes sociais e tornou-se a queridinha dos millennials, os nascidos entre 1980 e 1996. “Em cidades cosmopolitas como Nova York, Amsterdã e Londres, existem estabelecimentos dedicados especialmente ao avocado”, relata Brendon Peters, que, assim como dom João, implantou a novidade em terras brasileiras com seu restaurante Avoca, que fica no também cosmopolita Beco do Batman, na Vila Madalena, em São Paulo. Não bastassem os predicados culinários, o Hass arrasa quando o assunto é saúde. “Ele tem alta densidade nutricional”, sintetiza a nutricionista Camile Zanchett, professora da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina. Significa que concentra vitaminas, minerais, fibras, compostos antioxidantes e gorduras boas, sobretudo a monoinsaturada, entre outros componentes indispensáveis para o funcionamento do organismo. 

Seu tamanho menor em comparação com os outros abacates é compensado pelo alto valor nutricional. Entenda por que a fruta virou o novo alimento funcional

Avocado: a grandeza nutricional do pequeno abacate

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Zoom: tecido fino

Por Fabiana Schiavon

Quando se fala em colágeno, é natural vir à cabeça aquela imagem de uma pele firme e lisinha. Ou, vá lá, a ideia de articulações conservadas. Mas o fato é que as fibras de colágeno aparecem e atuam numa porção de lugares no corpo humano, incluindo músculos, ossos e nervos. Isso mesmo: até no sistema nervoso periférico encontramos essas proteínas, como mostra a imagem ao lado. O colágeno é material básico do tecido conjuntivo, cujas malhas conectam e dão suporte às tramas do organismo. 25% das proteínas que compõem o corpo são representadas pelo colágeno — esse número pode chegar a 35%. 28 tipo de colágeno já foram identificados no corpo humano. O tipo 1 é a forma preponderante.

O que você acha que é a imagem abaixo?

Zoom: tecido fino

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Férias: já checou se as vacinas e os exames estão em dia antes de viajar?

Verificar se a carteirinha de vacinação e o check-up estão atualizados garante mais segurança e tranquilidade nas viagens em família

Férias: já checou se as vacinas e os exames estão em dia antes de viajar?

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Desafios da anemia falciforme – e o tratamento atual

Por Fabiana Schiavon

Em quatro anos morreram, no Brasil, mais de 3 300 pessoas abaixo de 40 anos com anemia falciforme, marcada por alterações dos glóbulos vermelhos que gera sintomas como dores, cansaço e feridas. A doença, decorrente de uma mutação genética, vitimiza mais as mulheres (52%) e a população negra (80%). Esses dados vêm dos estudos que tentaram mapear esse problema por aqui. Mas uma pesquisa da farmacêutica Global Blood Therapeutics, Inc. (GBT) verificou o impacto da anemia falciforme no cotidiano, a partir de informações de 1 300 indivíduos em dez países (Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, França, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Canadá, Bahrein, Omã e Alemanha). Segundo ela, adultos e crianças com a doença faltam, em média, mais de uma semana por mês na escola ou no trabalho. O mesmo levantamento indica que 53% dos médicos não têm ferramentas eficazes para ajudar seus pacientes a lidarem principalmente com as dores e o cansaço, sinais que mais prejudicam a qualidade de vida de que tem anemia falciforme. Esses mesmos profissionais carecem de uma rede de apoio, seja do governo ou de associações, que mantenha o paciente informado a evolução da doença ao longo de sua vida. 

Pesquisa aponta desinformação geral sobre essa doença de origem genética, e mostra como ela afeta o cotidiano dos pacientes. Avaliamos o cenário

Desafios da anemia falciforme – e o tratamento atual

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Alprazolam: para que serve esse ansiolítico e quais efeitos colaterais

Por Fabiana Schiavon

Alprazolam é um medicamento da classe dos benzodiazepínicos que serve para tratar crises graves de ansiedade e pânico (um ansiolítico). Ele tem efeitos colateraisleves, desde que seja utilizado seguindo a indicação de um profissional de saúde. Já o uso abusivo e prolongado do fármaco pode provocar reações sérias, como perda de memória e dependência química. Esse remédio é comercializado por diversas farmacêuticas por nomes como Frontal, Xanax e Aprax, mas também é vendido como genérico sob o nome de alprazolam.

O que é e para que serve?

Como outros membros da família dos benzodiazepínicos, o alprazolam age em diversas partes do sistema nervoso central, provocando um efeito de sedação. Por começar a surtir efeito rapidamente, ele costumas ser mais utilizado na ansiedade grave. “Ela pode ser incapacitante gerar angústia intolerável no paciente”, esclarece a farmacêutica Pamela Alejandra Saavedra, do Conselho Federal de Farmácia. Às vezes, o alprazolam é indicado no início do tratamento de doenças psiquiátricas, como a depressão ou fobias em geral – desde que possuam um componente ansioso. Não é fácil compreender o momento certo de prescrever o fármaco, daí a necessidade de conversar com médicos gabaritados no tema. “O alprazolam támbém é usado para tratar o transtorno do pânico”, completa Pamela. A principal característica desse problema é o aparecimento de crises de ansiedade não esperadas, como um ataque súbito de apreensão intensa, medo ou terror. O remédio é indicado ainda para casos específicos em que a ansiedade é relacionada à abstinência ao álcool. Importante dizer que esse medicamento pode aumentar o efeito provocado pelas bebidas alcoólicas. A ação veloz da droga tem a ver com sua absorção, que via de regra ocorre em questão de duas ou três horas. “Após 11 horas, ele começa a deixar o organismo”, esclarece a psiquiatra Márcia Surdo, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.+Leia também:Aciclovir: o que é, para que serve e como tomar esse medicamento

Alprazolam pode ser ministrado com outros remédios?

Antes de chegar a uma terapia combinada, deve-se verificar a interação medicamentosa. No caso do alprazolam, pode haver sintomas indesejáveis se ele for utilizado com a fluoxetina, que trata alguns tipos de depressão e, mais especificamente, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC)+ Leia também:Ciprofloxacino: o que é, para que serve e os efeitos adversos “O uso concomitante  é contraindicado, porque aumenta a toxicidade de alprazolam, o que gera ataxia [prejuízo das funções motoras] e letargia”, completa Pamela.

Esse remédio tem efeito rápido no tratamento de crises de pânico e ansiedade, mas pode causar dependência. Veja o potencial do alprazolam e reações adversas

Alprazolam: para que serve esse ansiolítico e quais efeitos colaterais

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Por que perdemos a sensibilidade na pele com a idade?

proteínaalfa-sinucleína é uma velha conhecida de doenças degenerativas: seu acúmulo no cérebro causa lesões que culminam em Parkinson e Alzheimer. Agora a ciência suspeita que ela também tem culpa no cartório quanto à perda da sensibilidade da pele com a idade. Em 2019, foi detectada pela primeira vez a presença de aglomerados proteicos no tecido cutâneo de idosos. Para investigar melhor o significado disso, experts da L’Oréal Brasil, em parceria com o Instituto D’Or e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), usaram um modelo de pele humana reconstruída em laboratório e atestaram que a abundância da proteína barra a multiplicação celular e afina o tecido. “Nossa hipótese é que ela pode matar terminações nervosas da pele, gerando perda de sensibilidade”, conta Rodrigo De Vecchi, gerente de pesquisa da L’Oréal Brasil.

entenda como o processo ocorre ao longo dos anos. +Leia Também: Pesquisa revela os desafios dos brasileiros que convivem com o Alzheimer

O que a falta de sensibilidade pode causar

Além de nos apresentar ao mundo e permitir que nos relacionemos com ele, o tato é um sentido caro à autoproteção. É ele que nos faz tirar a mão de uma panela pelando ou sentir a dor que denuncia um machucado. A perda de sensibilidade, portanto, eleva o risco de sofrer acidentes em casa, de não sentir lesões e elas se agravarem e de não perceber variações de temperatura que nos deixam mais expostos a problemas. Direta ou indiretamente, ela afeta a qualidade de vida.

Experimento constata que acúmulo de proteínas ligadas ao Alzheimer pode estar relacionado. Entenda:

Por que perdemos a sensibilidade na pele com a idade?

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O que é a síndrome do túnel do carpo?

Apesar de não oferecer grandes riscos à saúde, a síndrome do túnel do carpo pode ser bem incômoda. Entre os sintomas, formigamento, dores nos dedos e até a dificuldade de realizar alguns movimentos com a mão. Descubra como ela acontece e o que pode ser feito a respeito:

1. A raiz do problema

Tudo começa com uma compressão do nervo mediano, um dos principais das mãos. Responsável pela sensibilidade dos dedos polegar, indicador, médio e parte do anelar, ele passa pelo punho sob o ligamento carpal e por uma estrutura conhecida como túnel do carpo, palavra grega para pulso.

2. Aperto no túnel

Os sintomas acontecem quando o espaço de passagem fica menor do que o normal e o nervo é fisicamente comprimido. Pode ser, por exemplo, pelo acúmulo de líquidos típico da gestação, por uma inflamação no tendão, por um trauma ou ainda por predisposição genética.

3. Conexão desligada

Em casos mais leves de compressão, o nervo ainda consegue funcionar, mas seus impulsos elétricos, que transmitem informações entre a mão e o cérebro, circulam com certa dificuldade. Daí podem surgir formigamentosensação de choque ou desconforto inespecífico na região enervada por ele. + Leia também:Até quando os formigamentos pelo corpo são normais?

4. Falha no processo

Além de garantir a sensibilidade dos dedos, o nervo também responde por parte de sua capacidade motora. Se o aperto for grave, uma ordem para fazer força ou segurar um objeto não chega a eles. O movimento de pinça fica comprometido e tarefas habituais podem se tornar penosas.

As possíveis causas

• Menopausa • Gravidez • Alterações hormonais • Diabetes • Doenças reumáticas (como artrose e artrite reumatoide) • Traumas • Obesidade

E ficar muito tempo no celular ou computador?

É comum ouvir que existe relação, mas ainda não há consenso sobre o assunto. O que se sabe é que passar muito tempo com a mão na mesma posição pode comprimir o nervo, mesmo que temporariamente, provocando os sintomas. [abril-whatsapp][/abril-whatsapp] O movimento repetitivo também leva ao inchaço dos tendões, que disputam espaço no túnel.

Tratamento da síndrome do túnel do carpo

Fontes: Marcelo Rosa, ortopedista do HCor, em São Paulo; Teng Hsiang Wei, ortopedista e coordenador do Grupo de Cirurgia de Mão do Hospital das Clínicas de São Paulo; Fernando Penteado, ortopedista do Instituto Cohen, na capital paulista

O problema que causa formigamento e dormência nos dedos é mais incômodo e comum do que se imagina. Entenda sua origem

O que é a síndrome do túnel do carpo?

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