O golfinho é o animal com mais amigos, depois dos humanos

Por mais caóticas que sejam as relações sociais atualmente, um aspecto que nos define humanos é a capacidade de cooperar – principalmente com indivíduos de fora do círculo familiar. Nosso parente mais próximo, o chimpanzé, não faz isso como nós. Contudo, uma pesquisa realizada ao longo das últimas quatro décadas revelou um outro animal cooperativo além dos humanos: o roaz-do-Índico (Tursiops aduncus), uma espécie de golfinho-roaz encontrado na Shark Bay, na Austrália.

Golfinhos machos sem parentesco usam sua inteligência social para construir alianças complexas e aumentarem as chances de se reproduzir. O estudo conclui que estas são as maiores sociedades cooperativas complexas fora os humanos. Além disso, essa rede de amigos parece ter evoluído de uma maneira distinta da nossa.

Explorando a sociedade dos golfinhos desde 1982, o ecologista comportamental Richard Connor e sua equipe acompanharam mais de 200 machos nas águas cristalinas da Shark Bay, registrando quais passavam mais tempo juntos.

Ao longo dos anos, eles descobriram que os machos formam relacionamentos íntimos com um ou dois outros machos, e que essas parcerias estão dentro de uma aliança maior – que, por sua vez, está aninhada dentro de outro grupo. Os golfinhos machos cooperam para capturar e defender as fêmeas férteis de outros grupos de machos. Uma andorinha só não faz verão, e um macho sozinho não consegue encurralar uma fêmea – ele precisa de parceiros.

Machos da costa australiana fazem parcerias para conquistarem fêmeas. Segundo os pesquisadores, a profundidade dessas relações é inédita no reino animal.

O golfinho é o animal com mais amigos, depois dos humanos

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Tocar instrumento musical na infância deixa a mente mais afiada na velhice

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram uma ligação entre aprender um instrumento musical na infância ou adolescência e ter uma mente mais “jovem” quando a idade já está bem avançada. Quanto mais extensa em anos a experiência em tocar um instrumento, mais as habilidades cognitivas permanecem bem conservadas na velhice. 

Esse estudo teve uma peculiaridade incomum: aproveitou dados de outra pesquisa, esquecida, feita em 1947. À época, todas as crianças nascidas na Escócia em 1936 foram obrigadas a fazer uma bateria de testes de inteligência. No total, 70.805 crianças participaram. Esse trabalho foi redescoberto há alguns anos por um grupo de acadêmicos escoceses, liderados pelo professor Ian Deary, diretor do Centro de Envelhecimento Cognitivo e Epidemiologia Cognitiva da universidade, que pretendia estudar a mente. E os dados daquela época vieram a calhar. Os estudiosos do presente foram atrás dos voluntários do passado para avaliar sua saúde mental hoje, e que hábitos influenciaram nos aspectos positivos e negativos. 

Segundo estudo escocês, aprendizado musical logo cedo é fonte da juventude para o cérebro, que tende a preservar melhor habilidades cognitivas.

Tocar instrumento musical na infância deixa a mente mais afiada na velhice

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Por que a Nasa adiou o lançamento do foguete que marcaria a volta à Lua?

O tão aguardado início da missão Artemis I era para ser nesta segunda-feira de manhã. Entenda o motivo do cancelamento.

Por que a Nasa adiou o lançamento do foguete que marcaria a volta à Lua?

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Cannabis medicinal: o que esperar dela?

A planta Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, consta de farmacopeias pelo mundo há séculos. Faz tempo que a humanidade a utiliza não só pelos efeitos recreativos mas também terapêuticos — uma lista de indicações que incluía de bronquite a insônia. Na década de 1920, um brasileiro podia ir à farmácia comprar cigarros de cannabis numa boa. A história começou a mudar nos anos 1930. Leis proibicionistas restringiram as vendas e a utilização. Em 1961, num cenário de convulsões culturais, ela passou a ser considerada “substância extremamente prejudicial à saúde” pela Organização das Nações Unidas (ONU). Virou “droga”, na acepção mais comum da palavra. A decisão, considerada equivocada por especialistas, empacou as pesquisas que exploravam o caráter medicinal da planta. Como sabemos, os predicados “antigo” e “natural” não são sinônimos de “seguro” e “eficaz”. Mas a cannabis prometia. Assim, cientistas seguiram estoicamente testando a erva a despeito das restrições. O Brasil inclusive virou referência no assunto. Nos anos 1970, o médico Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), usava plantas apreendidas pela polícia e chegou a fazer seu próprio cultivo para estudar as propriedades da cannabis. “Já naquela época, ele ensinava que era necessário romper barreiras e enfrentar dogmas”, recorda o farmacêutico Paulo Eduardo Orlandi Mattos, pesquisador da Unifesp que colaborou com Carlini. O professor que desafiou o establishment faleceu em 2020, aos 90 anos, e foi citado em mais de 12 mil trabalhos científicos. A medicina está colhendo agora os frutos da dedicação de Carlini e de outros estudiosos, como o bioquímico israelense Raphael Mechoulan, que, nos anos 1960, descreveu os principais componentes ativos da maconha. Dois meses depois da morte do médico brasileiro, em dezembro de 2020 a mesma ONU reconheceu as propriedades terapêuticas da cannabis e a retirou da lista de substâncias perigosas como o crack. Pesquisas clínicas de qualidade atestam sua eficácia para algumas doenças e sintomas. E a legislação brasileira também mudou. Hoje é possível comprar, com receita médica, produtos à base de cannabis nas drogarias. Por outro lado, a merecida empolgação e um mercado em expansão também deram origem a um rótulo de panaceia, como se a planta resolvesse qualquer parada — e relatos individuais estouraram na mídia se sobrepondo a estudos e incertezas. Estamos diante de um admirável e promissor mundo novo estrelado por essa velha conhecida, só que a banalização sem chancela científica pode queimar (de novo) o filme dela.

Depois de décadas de estudos, o uso terapêutico da maconha supera estigmas e ganha holofotes, mas a banalização desperta preocupações

Cannabis medicinal: o que esperar dela?

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Zoom: pedras vão rolar!

Por Diogo Sponchiato

Na foto microscópica do mês, cálculos que podem provocar dor e bagunçar a digestão

Zoom: pedras vão rolar!

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Pela primeira vez, cientistas encontram CO2 em planeta fora do Sistema Solar

O WASP-39b está a 700 anos-luz da Terra, e a descoberta só foi possível graças ao recém-lançado telescópio James Webb.

Pela primeira vez, cientistas encontram CO2 em planeta fora do Sistema Solar

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Resfriamento dos oceanos ao longo de milênios levou ao aumento do tamanho dos peixes

A Terra passou por muitas mudanças climáticas, além de grandes mudanças de temperatura, como as eras glaciais. Essas mudanças no meio ambiente podem refletir na fauna, cuja evolução pode ser observada diretamente por meio do registro fóssil.

Pesquisadores do Fish Evolution Lab, da Universidade de Oklahoma, investigaram se as mudanças de temperatura dos oceanos estão relacionadas ao tamanho dos peixes. Eles testaram essa hipótese usando peixes tetraodontiformes como grupo modelo.

Peixes tetraodontiformes são uma ordem de peixes com dentes unidos em placa, que não possuem barbatanas ventrais (ou elas são muito pequenas). A maioria são peixes marinhos tropicais: alguns exemplos são o baiacu e o peixe-lua.

Os pesquisadores descobriram que o tamanho do corpo desses peixes cresceu nos últimos cem milhões de anos, acompanhando o resfriamento gradual da temperatura do oceano.

A diminuição da temperatura nos oceanos foi acompanhada pelo aumento do tamanho de espécies da ordem tetraodontiformes. A descoberta segue o padrão de duas tendências evolutivas.

Resfriamento dos oceanos ao longo de milênios levou ao aumento do tamanho dos peixes

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Pegadas de dinossauro aparecem em leito de rio nos Estados Unidos

Uma seca sumiu com a água do Rio Paluxy, em um parque estadual do Texas, nos Estados Unidos. Então elas surgiram: pegadas que dinossauros deixaram por ali há cerca de 113 milhões de anos.

O Dinosaur Valley State Park (ou “Parque Estadual Vale dos Dinossauros”, em tradução livre) é famoso por marcas deixadas por dinossauros, como o nome sugere. Mas é difícil elas darem as caras. Em condições climáticas normais, os rastros ficam embaixo d’água e cobertos por sedimentos.

Na época das pegadas, a área em que hoje é o parque ficava à beira de um mar que avançava e recuava continuamente. A presença de conchas por ali acabou formando uma lama rica em carbonato de cálcio, com a consistência ideal para preservar as impressões.

A seca de agora revelou cerca de 60 impressões do Acrocanthosaurus. Há 140 pegadas de dinossauros no total, e as do Acrocanthosaurus não eram vistas desde o ano 2000.

A seca trouxe à tona pegadas de 113 milhões de anos, feitas por um parente do T-Rex. Confira.

Pegadas de dinossauro aparecem em leito de rio nos Estados Unidos

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Cogumelos psicodélicos podem ajudar alcoólatras a beber menos

O uso de psicodélicos associados à terapia parece ajudar as pessoas com alcoolismo a reduzir as vezes em que bebem muito, de acordo com um estudo. Usando psilocibina, um composto psicodélico encontrado em cogumelos alucinógenos, os pesquisadores trataram pacientes por mais de oito meses e observaram melhora em seus hábitos.

A ideia de usar psicodélicos como tratamentos para o alcoolismo foi bastante popular nas décadas de 1960 e 1970, quando estudos sobre o LSD descobriram que ele reduzia o uso indevido de álcool. Esse campo de pesquisa esfriou nas décadas seguintes, até o interesse renascer com a nova pesquisa.

O estudo incluiu 93 pessoas dependentes de álcool. Nos três meses que antecederam o estudo, os participantes bebiam em aproximadamente 60 dos dias. Desse período, cerca de metade era de consumo pesado – definido na pesquisa como cinco ou mais drinks por dia para um homem e quatro ou mais para uma mulher.

O composto alucinógeno deixaria o cérebro mais suscetível a um tratamento com terapia.

Cogumelos psicodélicos podem ajudar alcoólatras a beber menos

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Por que alguns cachorros têm medo de fogos de artifício?

Orelhas abaixadas, respiração ofegante e tremedeira. Alguns cachorros ficam tão perturbados com o barulho de fogos de artifício e tempestades que acabam se escondendo ou saem correndo, para o desespero dos donos.

Nossos amigos de quatro patas ouvem em um espectro de frequência duas vezes maior que os humanos e podem escutar sons quatro vezes mais distantes que nós. Mas a audição aguçada não é sinônimo de sensibilidade: nem todo cão se abala com os ruídos altos e imprevisíveis. Por quê?

Cientistas já descobriram algumas variáveis que estão em jogo. Confira abaixo e, ao fim deste texto, descubra o que pode fazer para (tentar) aliviar o medo do seu cãozinho.

Nem todo cão se abala com os ruídos altos e imprevisíveis. Confira algumas variáveis que entram em jogo e descubra o que fazer para acalmar seu cãozinho.

Por que alguns cachorros têm medo de fogos de artifício?

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