Tradições culinárias do neolítico em potes de cerâmica

Uma equipe de cientistas descobriu novas informações sobre a dieta das pessoas que viviam na Grã-Bretanha durante o período neolítico. Entre elas, há evidências de que esses habitantes cozinhavam cereais, incluindo trigo, em panelas.

Usando uma análise química de antigos pedaços de cerâmica incrivelmente bem preservados encontrados nas águas escocesas, a equipe descobriu que os cereais eram cozidos em panelas e misturados com laticínios e ocasionalmente carne, provavelmente para criar algum tipo de mingau ou guisado. Além disso, os antigos habitantes usavam potes menores para cozinhar cereais com leite e potes maiores para pratos à base de carne.

O cultivo de cereais é presente na Grã-Bretanha desde cerca de 4000 a.C., e provavelmente foi trazido por agricultores que vieram da Europa continental – afirmação baseada em grãos de cereais preservados e outros detritos encontrados em sítios neolíticos. As novas descobertas agora mostram que os biomarcadores de cereais podem ser preservados por milhares de anos a mais em condições favoráveis.

Outro ponto importante da pesquisa foi o estado de conservação dos potes. As cerâmicas analisadas ​estavam intactas e decoradas, o que pode sugerir que algum tipo de uso cerimonial.

A análise de cerâmicas extremamente bem conservadas permitiu que os pesquisadores encontrassem traços moleculares de alimentos.

Tradições culinárias do neolítico em potes de cerâmica

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Baleias a 8 mil quilômetros de distância podem cantar as mesmas “canções”

Grupos de baleias jubarte trocam canções ao longo do Oceano Pacífico, e isso acontece entre distâncias maiores do que se pensava. Em um estudo publicado na última quarta (31), cientistas descobriram que baleias na Austrália passaram suas canções para outras na Polinésia Francesa. Depois, as canções apareceram entre outro grupo de baleias na costa do Equador – a uma distância de quase 8 mil quilômetros.

Cientistas usam a palavra “canção” para descrever padrões regulares e previsíveis de sons produzidos por algumas espécies de baleia, como as baleias jubarte. Esses animais combinam diversas sequências de sons, formando canções que duram entre cinco e trinta minutos – mas podem ser repetidas por horas.

Animais que vivem na costa do Equador criaram canções inspiradas em baleias da Polinésia Francesa – que, por sua vez, “roubaram” trechos de canções de um grupo da Austrália.

Baleias a 8 mil quilômetros de distância podem cantar as mesmas “canções”

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Trens poderão ajudar a capturar CO2 da atmosfera

Por Bruno Garattoni e Maurício Brum

A melhor solução para conter o aquecimento global é frear as emissões de CO2. Ponto. Mas esse processo é difícil, leva tempo e não é universal – alguns setores industriais (como a produção de cimento, por exemplo, que gera 8% de todo o dióxido de carbono emitido pela humanidade) simplesmente não conseguem operar sem liberar CO2. Entra em cena uma tecnologia controversa e promissora: a captura e sequestro de carbono (CCS, na sigla em inglês).  

Ela consiste em aspirar o CO2 da atmosfera e dar um destino a ele – o gás pode ser convertido num combustível sintético, transformado em material de construção ou enterrado em poços (o que é polêmico, já que o CO2 poderia escapar um dia). Mas o principal problema é que capturar carbono é caro. Existem algumas usinas de CCS espalhadas pelo mundo, mas elas gastam US$ 600 para sugar e processar cada tonelada de CO2 – e a humanidade emite aproximadamente 36,3 gigatons (bilhões de toneladas) desse gás por ano. A conta não fecha. 

Entra em cena uma nova tecnologia, que promete reduzir drasticamente o custo da captura de carbono: um vagão aspirador de CO2, que pode ser instalado nos trens já existentes e vai sugando o gás carbônico da atmosfera conforme se movimenta.

Nova tecnologia aproveita o movimento desses veículos para aspirar o gás – e permite que cada trem anule o carbono gerado por 700 carros. Veja como funciona.

Trens poderão ajudar a capturar CO2 da atmosfera

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Encontrado esqueleto de mil anos com condição genética rara

Foi descoberto o caso mais antigo da Síndrome de Klinefelter, uma rara condição genética, em um esqueleto de mil anos encontrado no sítio arqueológico de Torre Velha, em Portugal. O esqueleto em si estava bem preservado, e provavelmente pertencia a um homem adulto com mais de 25 anos de idade no momento de sua morte.

No momento da fecundação é determinado o sexo biológico do bebê. Os óvulos da mãe carregam os cromossomos sexuais X, enquanto os espermatozoides do pai podem trazer tanto cromossomos X, quanto Y. Se o embrião receber cromossomos X e X, será uma menina; se receber X e Y, um menino. Na Síndrome de Klinefelter, a pessoa nasce com uma cópia extra do cromossomo X – resultando na combinação XXY. Ela não é hereditária.

O diagnóstico é feito geralmente na adolescência ou no início da vida adulta. Os portadores da síndrome geralmente são altos, com quadris largos e poucos pelos corporais. A condição pode estar associada à infertilidade.

A descoberta do esqueleto ajudará os especialistas a traçar a frequência dos casos da Síndrome de Klinefelter ao longo dos séculos.

Foi necessária uma abordagem multidisciplinar abrangendo dados genéticos, estatísticos, arqueológicos e antropológicos para chegar ao diagnóstico. Depois que o esqueleto recuperado foi datado como pertencente ao século 11, a equipe realizou uma análise de DNA, que envolveu o mapeamento computacional de fragmentos dos cromossomos X e Y. Apesar da animação com os resultados, os cientistas afirmam ter mantido a cautela, já que amostras de DNA antigas costumam ser raras e degradadas.

Encontrado em Portugal, ele era portador da síndrome de Klinefelter, uma condição genética em que os homens possuem dois cromossomos X ao invés de um.

Encontrado esqueleto de mil anos com condição genética rara

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O golfinho é o animal com mais amigos, depois dos humanos

Por mais caóticas que sejam as relações sociais atualmente, um aspecto que nos define humanos é a capacidade de cooperar – principalmente com indivíduos de fora do círculo familiar. Nosso parente mais próximo, o chimpanzé, não faz isso como nós. Contudo, uma pesquisa realizada ao longo das últimas quatro décadas revelou um outro animal cooperativo além dos humanos: o roaz-do-Índico (Tursiops aduncus), uma espécie de golfinho-roaz encontrado na Shark Bay, na Austrália.

Golfinhos machos sem parentesco usam sua inteligência social para construir alianças complexas e aumentarem as chances de se reproduzir. O estudo conclui que estas são as maiores sociedades cooperativas complexas fora os humanos. Além disso, essa rede de amigos parece ter evoluído de uma maneira distinta da nossa.

Explorando a sociedade dos golfinhos desde 1982, o ecologista comportamental Richard Connor e sua equipe acompanharam mais de 200 machos nas águas cristalinas da Shark Bay, registrando quais passavam mais tempo juntos.

Ao longo dos anos, eles descobriram que os machos formam relacionamentos íntimos com um ou dois outros machos, e que essas parcerias estão dentro de uma aliança maior – que, por sua vez, está aninhada dentro de outro grupo. Os golfinhos machos cooperam para capturar e defender as fêmeas férteis de outros grupos de machos. Uma andorinha só não faz verão, e um macho sozinho não consegue encurralar uma fêmea – ele precisa de parceiros.

Machos da costa australiana fazem parcerias para conquistarem fêmeas. Segundo os pesquisadores, a profundidade dessas relações é inédita no reino animal.

O golfinho é o animal com mais amigos, depois dos humanos

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Tocar instrumento musical na infância deixa a mente mais afiada na velhice

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram uma ligação entre aprender um instrumento musical na infância ou adolescência e ter uma mente mais “jovem” quando a idade já está bem avançada. Quanto mais extensa em anos a experiência em tocar um instrumento, mais as habilidades cognitivas permanecem bem conservadas na velhice. 

Esse estudo teve uma peculiaridade incomum: aproveitou dados de outra pesquisa, esquecida, feita em 1947. À época, todas as crianças nascidas na Escócia em 1936 foram obrigadas a fazer uma bateria de testes de inteligência. No total, 70.805 crianças participaram. Esse trabalho foi redescoberto há alguns anos por um grupo de acadêmicos escoceses, liderados pelo professor Ian Deary, diretor do Centro de Envelhecimento Cognitivo e Epidemiologia Cognitiva da universidade, que pretendia estudar a mente. E os dados daquela época vieram a calhar. Os estudiosos do presente foram atrás dos voluntários do passado para avaliar sua saúde mental hoje, e que hábitos influenciaram nos aspectos positivos e negativos. 

Segundo estudo escocês, aprendizado musical logo cedo é fonte da juventude para o cérebro, que tende a preservar melhor habilidades cognitivas.

Tocar instrumento musical na infância deixa a mente mais afiada na velhice

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