
Por Fabiana Schiavon
O que é a leucemia?
Primeiro, é preciso entender que quem fabrica as nossas células sanguíneas é a medula óssea. E esse tipo de câncer ocorre quando essa produção sai do controle, levando a uma quebra no equilíbrio especificamente dos glóbulos brancos no sangue. Existem diferentes versões de leucemia. Os grupos principais são divididos pela gravidade – crônica ou aguda – e pelos tipos de glóbulos brancos afetados – linfoides ou mieloides –, gerando as seguintes combinações: + Leucemia linfoide crônica (LLC), que costuma acometer gente com mais de 55 anos + Leucemia mieloide crônica (LMC), mais comum em adultos + Leucemia linfoide aguda (LLA), a versão mais prevalente em crianças, mas pode atingir adultos + Leucemia mieloide aguda (LMA), que pode ocorrer em crianças e adultos, mas é mais observada em idosos “A grosso modo, a divisão mais clássica é entre crônica e aguda, mas, hoje, há inúmeros subtipos que servem para guiar o médico rumo o tratamento mais eficaz”, esclarece Breno Gusmão, onco-hematologista e integrante do Comitê Médico da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). [abril-whatsapp][/abril-whatsapp] O número de casos novos de leucemia esperados para o Brasil para cada ano do triênio 2020 – 2022 é de 5 920 em homens e de 4 890 em mulheres — valores que correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens, e 4,56 para cada 100 mil mulheres. A taxa de letalidade da doença é de 40%, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O que causa a leucemia?
Há uma lista de coisas que podem desencadear esse tipo de câncer, mas não existe uma relação de causa e efeito tão direta como ocorre com o tabagismo e o câncer de pulmão, por exemplo. Por falar em cigarro, vale pontuar que ele tem uma conexão com a leucemia mieloide aguda – inclusive, é o único fator que pode ser evitado. “Estar exposto ou manipular pesticidas, agrotóxicos, derivados do petróleo ou viver em zonas radioativas são causas mais frequentes da doença. Lembrando que esses níveis de toxicidade não chegam ao consumidor comum”, relata Gusmão. A doença não é hereditária, mas há casos de eventos genéticos, que são raros. E, infelizmente, o tratamento de outro tipo de câncer pode acabar prejudicando a produção de células sanguíneas. “A quimioterapia e radioterapia usam compostos químicos capazes de afetar o DNA de algumas células, gerando leucemias. É uma contradição, mas pode ocorrer”, informa o médico.
Quais são os sintomas da leucemia?
Infecções graves recorrentes, anemia, cansaço, palidez, falta de energia, hemorragia na gengiva, sangue na urina e hematomas pelo corpo são possíveis sinais da leucemia. “O sangue é formado por glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas. Como a leucemia é uma doença do sangue, se uma das células não exercer a sua função adequada vai, rapidamente, interferir no trabalho da outra”, relata o médico. Entender esse caminho é importante para não chegar a confusões, como a de achar que a anemia pode evoluir para uma leucemia. Na verdade, é o contrário. Como citamos, a anemia pode ser um indício da leucemia. Principais sintomas
- Palidez
- Cansaço
- Palpitação
- Aumento de gânglios
- Infecções persistentes ou recorrentes
- Hematomas, manchas avermelhadas que não doem e sangramentos inexplicados
- Aumento do baço e do fígado
- Anemia
- Fraqueza
- Sangramentos nasais e nas gengivas
- Gânglios inchados (na região do pescoço e nas axilas)
- Febre
- Sudorese noturna
- Dores nos ossos e nas articulações
- Perda de peso sem motivo aparente
Os sintomas no público infantil são semelhantes, mas, segundo levantamento da Abrale, nesses casos as queixas mais comuns são febre, cansaço excessivo, dor das juntas e hematomas.
No mês de combate a esse tipo de câncer, conheça suas origens e os tipos, além dos sintomas capazes de denunciar a doença
Leucemia: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
publicado originalmente em Veja saúde