O golfinho é o animal com mais amigos, depois dos humanos

Por mais caóticas que sejam as relações sociais atualmente, um aspecto que nos define humanos é a capacidade de cooperar – principalmente com indivíduos de fora do círculo familiar. Nosso parente mais próximo, o chimpanzé, não faz isso como nós. Contudo, uma pesquisa realizada ao longo das últimas quatro décadas revelou um outro animal cooperativo além dos humanos: o roaz-do-Índico (Tursiops aduncus), uma espécie de golfinho-roaz encontrado na Shark Bay, na Austrália.

Golfinhos machos sem parentesco usam sua inteligência social para construir alianças complexas e aumentarem as chances de se reproduzir. O estudo conclui que estas são as maiores sociedades cooperativas complexas fora os humanos. Além disso, essa rede de amigos parece ter evoluído de uma maneira distinta da nossa.

Explorando a sociedade dos golfinhos desde 1982, o ecologista comportamental Richard Connor e sua equipe acompanharam mais de 200 machos nas águas cristalinas da Shark Bay, registrando quais passavam mais tempo juntos.

Ao longo dos anos, eles descobriram que os machos formam relacionamentos íntimos com um ou dois outros machos, e que essas parcerias estão dentro de uma aliança maior – que, por sua vez, está aninhada dentro de outro grupo. Os golfinhos machos cooperam para capturar e defender as fêmeas férteis de outros grupos de machos. Uma andorinha só não faz verão, e um macho sozinho não consegue encurralar uma fêmea – ele precisa de parceiros.

Machos da costa australiana fazem parcerias para conquistarem fêmeas. Segundo os pesquisadores, a profundidade dessas relações é inédita no reino animal.

O golfinho é o animal com mais amigos, depois dos humanos

publicado em superinteressante

O assobio dos golfinhos varia de acordo com o lugar em que vivem

Várias espécies de golfinho têm assobios específicos para cada indivíduo – como se fossem um nome. Eles os usam para se identificarem, se comunicarem e manterem vínculos, e são capazes de imitar os assobios de amigos e familiares próximos.

Um novo estudo revelou que a localização e a demografia dos golfinhos têm influência maior nas diferenças desses assobios de assinatura do que a genética.

Os cientistas coletaram 188 horas de gravações de golfinhos nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) no Mar Mediterrâneo e analisaram as diferenças nos assobios de seis populações diferentes. Assim como temos sotaques, os golfinhos tinham semelhanças em seus apitos de assinatura de acordo com onde viviam. Golfinhos de regiões com algas marinhas tinham assobios mais agudos e mais curtos, se comparados com os de áreas onde o fundo do mar era lamacento, por exemplo. 

“A transmissão do som em águas rasas é altamente variável e depende de sedimentos, profundidade e inclinação, mas também de eventos de maré, gradientes de temperatura, entradas de água doce, obstáculos no caminho do som e a interação entre o sedimento e as plantas ou animais que vivem no fundo,” escrevem no artigo.

tamanho dos grupos também altera os assobios – quanto menores as populações, maiores as mudanças de tom. Os cientistas, então, concluíram que tanto as condições ambientais quanto a demografia influenciam fortemente os apitos próprios; enquanto a variação genética não apresenta o mesmo poder.

Golfinhos usam assobios para se comunicarem uns com os outros, e esses apitos variam entre ambientes e populações – como sotaques do reino animal.

O assobio dos golfinhos varia de acordo com o lugar em que vivem

publicado em superinteressante

Golfinhos se esfregam em corais para cuidar da pele, indica estudo

No Mar Vermelho, na costa do Egito, golfinhos-nariz-de-garrafa fazem fila para nadar entre recifes de corais – e se esfregam repetidamente contra eles. O comportamento foi descrito pela primeira vez na última quinta-feira (19) e pode fazer parte da rotina de cuidados com a pele desses mamíferos aquáticos.

A bióloga e mergulhadora Angela Ziltener, da Universidade de Zurique (Suíça), observou esses golfinhos (da espécie Tursiops aduncus) esfregando sua pele contra corais e esponjas há treze anos.

Ela percebeu que os animais esfregavam diferentes partes do corpo nos corais e esponjas, e pareciam escolher sobre quais organismos nadar, pois sempre voltavam para os mesmos. 

Comportamento já foi observado entre outros mamíferos aquáticos; muco liberado por alguns corais e esponjas poderia tratar infecções bacterianas.

Golfinhos se esfregam em corais para cuidar da pele, indica estudo

publicado em superinteressante

%d blogueiros gostam disto: