Cadernos roubados de Darwin voltam à biblioteca de Cambridge

Uma misteriosa sacola cor de rosa foi deixada no chão da biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra. O saco não iria para a seção de achados e perdidos: era um presente para Jessica Gardner, a diretora do local. “Feliz Páscoa”. Para a surpresa de todos, o que a sacola guardava eram dois valiosos cadernos de Charles Darwin, desaparecidos há duas décadas.

“Meu sentimento de alívio pelo retorno seguro dos cadernos é quase impossível de expressar adequadamente”, disse Gardner em comunicado. Quando o roubo foi constatado, em 2020, a universidade publicou um apelo em seu site para devolução dos manuscritos do naturalista inglês, e a polícia local começou uma investigação junto à Interpol.

São dois pequenos blocos de notas que contêm, cada um, um pedaço de papel colado à capa de couro com uma letra manuscrita para identificação (B e C). Avaliados em milhões de libras, são inestimáveis para a história da ciência. Foi nestes cadernos – e nos blocos D, E e F seguintes – que Darwin rabiscou ideias que o levariam à teoria da evolução pela seleção natural.

Cadernos roubados reapareceram misteriosamente na biblioteca de Cambridge e estão bem preservados.

O caderno B, por exemplo, inclui o famoso esboço que o naturalista fez em 1837 da “árvore da vida”: um esquema ramificado da evolução das espécies a partir de um ancestral comum, desenhado abaixo da anotação “Eu acho”. (Você pode entender a importância desses textos nesta matéria da Super.)

Os blocos de notas foram retirados das salas fortes de coleções especiais da biblioteca em 2000, para digitalização. O trabalho foi concluído em novembro do mesmo ano, mas, em uma checagem de rotina feita em janeiro de 2001, os funcionários perceberam que o material não estava em seu devido lugar. 

Iniciou-se a maior busca da história da biblioteca, e os cadernos não estavam em canto nenhum. Acionou-se as autoridades, e o desaparecimento veio a público em 2020. Foram 21 anos sem notícias dos manuscritos e 15 meses de buscas policiais, até a sacola cor de rosa ser abandonada no chão por um anônimo, em 9 de março de 2022, em um local do prédio que não é coberto por câmeras de segurança.

O material com anotações do naturalista sobre a teoria da evolução estava desaparecido há 21 anos – e reapareceu misteriosamente. Entenda.

Cadernos roubados de Darwin voltam à biblioteca de Cambridge

publicado em superinteressante

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