Fortunas astronômicas: o que é fato e o que é ficção na corrida do turismo espacial

Primeiro, vem a luz. Estamos acostumados a ver o céu clareando ao longo de algumas horas, conforme o Sol nasce. Mas o lançamento de um foguete torna esse processo instantâneo. Quase bíblico. O fogo faz a noite virar dia em meio a um silêncio absoluto.

Sim: silêncio. Depois de acompanhar tantos foguetes subirem no YouTube, é chocante assistir presencialmente a um lançamento em Cabo Canaveral, na Flórida – e descobrir que ele começa mudo. Por questões óbvias de segurança, a área reservada ao público fica a exatos 6,27 km do Falcon 9 da SpaceX, o primeiro veículo reutilizável capaz de pôr pessoas na órbita da Terra. Dessa distância, o som dos motores chega após 18 segundos.

Com o ruído, vem o tremor. Ele balança a arquibancada, faz o peito vibrar e dá uma leve dor de cabeça – que também é culpa da ansiedade de ver quatro humanos acelerando até 28 mil km/h. São passageiros diferentes: turistas, sem associação com agências espaciais ou Forças Armadas de qualquer país. O dia 15 de setembro de 2021 marca a primeira vez na história que uma tripulação sem nenhum astronauta profissional entrou na órbita da Terra.

Entre 2001 e 2009, o espaço recebeu um bilionário por ano – número que deve quintuplicar em 2021. Fomos ao lançamento da Inspiration 4 no Kennedy Space Center para entender o que é real, o que é utopia e o que é marketing na corrida pelo turismo espacial privado.

Fortunas astronômicas: o que é fato e o que é ficção na corrida do turismo espacial

publicado originalmente em superinteressante

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