Covid-19 e gripe estão entre os principais gatilhos da asma grave

Por Fabiana Schiavon

Um estudo apresentado recentemente em reunião do American College of Allergy, Asthma and Immunology apontou os cinco principais gatilhos para ocorrência de crises de asma grave de acordo com a percepção dos pacientes.

A informação é relevante para combater ou tentar reduzir o número de episódios na população. Afinal, trata-se de um problema crônico que pode levar à morte – são 46 mil óbitos relacionados a essa versão da doença por ano em todo o mundo.

Estima-se que 300 milhões de pessoas vivem com asma ao redor do globo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que de 5% a 10% desses pacientes têm o quadro grave.

“Quando uma pessoa sem a doença aspira pó, por exemplo, ela espirra ou tosse para se livrar dele. Mas um asmático entra em crise. É que os tubos que levam ar para o pulmão ficam obstruídos, ocasionando uma reação exagerada”, explica o pneumologista Ciro Kirchenchtejn, professor na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O estudo envolveu mais de 1 400 pessoas que sofrem ataques graves e chegou a esses cinco principais fatores desencadeantes:

Em estudo, contato com vírus respiratórios apareceu entre os fatores que mais estimulam crises. Mudanças de clima também foram citadas

Covid-19 e gripe estão entre os principais gatilhos da asma grave

publicado em Veja saúde

Uso excessivo de bombinha de alívio para asma pode trazer prejuízo a saúde

A asma é uma doença heterogênea, crônica e flutuante. Não tem uma causa única. Pode passar por períodos de remissão e retornar sem aviso prévio. “Como acontece com a maioria das doenças crônicas, ela tem múltiplas causas, que incluem desde predisposição genética até fatores ambientais”, explica o médico alergista e pneumologista Álvaro Cruz, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro do Conselho Diretor da Iniciativa Global pela Asma (Gina).

O caso de RF, paciente do doutor Cruz, confirma a dificuldade de estabelecer um diagnóstico. “Eu tinha 35 anos e não apresentava sintomas. Quando me dei conta, estava passando os dias sobre um sofá-cama, dependente de um nebulizador”, relata ele, que tem 64 anos e vive em Itaparica (BA).

Até que, em 2003, Freitas foi convidado a fazer parte do Programa de Controle da Asma e da Rinite Alérgica na Bahia (ProAR), um projeto de ensino, pesquisa e assistência que integra o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Faculdade de Medicina da UFBA. Desde então, passou a controlar melhor a doença. “Recuperei minha vida”, ele conta. “Passei a receber medicamentos e informações.”

Os broncodilatadores promovem alívio dos sintomas, mas não tratam a doença

Uso excessivo de bombinha de alívio para asma pode trazer prejuízo a saúde

publicado originalmente em Veja saúde

Asma: conhecimento e tratamento são a chave para uma boa qualidade de vida

Dificuldade para respirar, respiração curta e rápida, tosse seca, chiado e aperto no peito. Quem convive com a asma fora de controle e enfrenta as crises provocadas pela doença conhece bem esses sintomas. Além disso, pode ter que lidar com complicações como insônia, limitações para se exercitar e fazer atividades em geral, hospitalização nos casos mais graves, entre outras.

Essa é uma das doenças crônicas mais comuns e afeta crianças, adultos e idosos. Trata-se de um problema de saúde pública e uma causa importante de falta às aulas escolares e ao trabalho. Estimativas apontam que ela acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo e aproximadamente 20 milhões de brasileiros.

Os especialistas ainda não sabem explicar exatamente o que desencadeia a doença, mas acreditam que seja um conjunto de fatores, que englobam histórico familiar e causas ambientais. A asma é uma inflamação crônica dos brônquios, os canais que levam ar aos pulmões, e que piora diante da exposição aos alérgenos, como fungos, pelos de animais de estimação, fumaça de cigarro, poluição, cheiros fortes e ar muito frio, por exemplo.

A asma não tem cura, mas tem controle. Isso significa que a pessoa vai precisar lidar a vida toda com a doença. Portanto, é essencial que ela procure um especialista e faça o tratamento indicado pelo seu médico constantemente e não só durante as crises. Também é importante que marque consultas periódicas com o profissional para acompanhamento do quadro. Afinal, se o indivíduo seguir direitinho as instruções do seu médico e mantiver o tratamento em dia, poderá ter uma boa qualidade de vida.

Aderência aos cuidados necessários para tratar a doença permite que os asmáticos vivam e respirem de forma plena

Asma: conhecimento e tratamento são a chave para uma boa qualidade de vida

publicado originalmente em Veja saúde