Boa e má notícia para o fígado

Um hospital no Rio de Janeiro é o primeiro do país a utilizar uma tecnologia que pode ser um divisor de águas para transplantes hepáticos. Na avaliação de Eduardo Fernandes, cirurgião especialista em transplantes de órgãos do abdômen, a máquina Liver Assist, que faz sua estreia nacional no Hospital São Lucas Copacabana, tem tudo para mudar o cenário atual.

É que o descarte de órgãos é frequente, sobretudo em áreas mais remotas de países continentais como o Brasil, onde não há tanta logística para transporte. E o fígado, depois de retirado do corpo, leva de oito a dez horas até começar a sofrer por falta de oxigênio, uma condição conhecida como isquemia.

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“Com essa tecnologia de origem holandesa, é possível transfundir os órgãos para que fiquem viáveis por muito mais tempo”, explica Fernandes. “Isso pode ser feito com sangue humano, em temperatura normal, ou com uma solução especial, em hipotermia, que é o método utilizado aqui”, continua.

Tecnologia que amplia a vida útil do órgão para transplantes estreia no Brasil. Em paralelo, estudo prova que obesidade está por trás de tumores ali

Boa e má notícia para o fígado

publicado originalmente em Veja saúde

Novo exame classifica nódulos de tireoide e evita cirurgias desnecessárias

Os resultados de um novo estudo clínico confirmaram a alta precisão de um exame diagnóstico inovador para identificar e classificar nódulos de tireoide. Com sensibilidade superior aos métodos convencionais, o exame, desenvolvido pela empresa paulista Onkos Diagnósticos Moleculares, mostrou-se capaz de evitar grande número de cirurgias desnecessárias.

Os novos dados reforçam que, se aplicada em grande escala, a inovação poderia gerar enorme economia para os planos de saúde e para o sistema público de saúde.

exame molecular mir-THYpe, que foi desenvolvido com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), está no mercado desde 2018 e utiliza biomarcadores para confirmar ou descartar a presença de câncer em nódulos da tireoide que apresentam resultados indeterminados.

De acordo com Marcos Tadeu dos Santos, fundador da empresa, quando um nódulo é identificado na tireoide, a técnica utilizada hoje para avaliar se há câncer ou não é uma punção aspirativa, com a retirada de material da região do pescoço do paciente para uma análise visual.

O mir-THYpe utiliza biomarcadores para confirmar ou descartar a presença de câncer em nódulos da tireoide que apresentam resultados indeterminados

Novo exame classifica nódulos de tireoide e evita cirurgias desnecessárias

publicado originalmente em Veja saúde

Vacina do HPV reduz pra valer a incidência de câncer de colo de útero

Vacinar crianças e adolescentes contra o HPV é uma estratégia de saúde pública. A recomendação, chancelada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como missão reduzir a circulação desse vírus que é sexualmente transmissível e causador de diversos tipos de câncer, com destaque para o tumor de colo de útero – o terceiro mais frequente na população feminina, atrás dos de mama e colorretal.

E um estudo publicado recentemente no jornal científico The Lancet mostra a magnitude do benefício. Com base em dados de um monte de mulheres, cientistas da Universidade King’s College, no Reino Unido – onde a campanha começou em 2008 –, investigaram o impacto do imunizante entre vacinadas e não vacinadas.

Eles concluíram que quem recebeu a injeção com 12 ou 13 anos apresentou, na fase adulta, uma redução de 87% no risco de desenvolver o câncer de colo de útero em comparação com quem não havia se vacinado.

“Há países, como a Austrália, que já sentem os efeitos dessa estratégia e esperam erradicar os casos de câncer de colo de útero até 2030”, relata a oncologista Marcela Bonalumi, do CPO Oncoclínicas e do Hospital Pérola Byington, em São Paulo.

Com a imunização de crianças e adolescentes, um dos tumores que mais matam mulheres pode virar coisa do passado

Vacina do HPV reduz pra valer a incidência de câncer de colo de útero

publicado originalmente em Veja saúde

Nasa investiga a possibilidade de colocar um reator nuclear na lua

O último homem a pisar na lua foi Eugene Cernan, em 1972. Desde então, apenas sondas e rovers voltaram a explorar o satélite. A história pode mudar em 2025, com a chegada de astronautas pela missão Artemis, que pretende não só abrir espaço para uma futura colônia lunar, mas também servir como um caminho intermediário para que os humanos alcancem o planeta Marte.

Para estabelecer uma colônia na lua, é preciso pensar onde os astronautas irão se abrigar, o que irão comer, quais serão suas fontes de água e oxigênio e de onde virá a energia para manter todos os sistemas funcionando. A energia solar não é uma opção viável, já que uma noite lunar equivale a 14 dias na Terra, tendo pouco abastecimento. A Nasa acredita que a melhor opção seja a fissão nuclear, e está agora procurando por parceiros da indústria interessados em desenvolver a tecnologia na lua. 

A agência espacial está recebendo projetos de empresas interessadas em desenvolver um protótipo – mas a construção dele não deve ocorrer tão cedo.

Nasa investiga a possibilidade de colocar um reator nuclear na lua

publicado originalmente em superinteressante

“Divórcios” entre albatrozes aumentam com aquecimento do mar, indica estudo

Uma equipe de pesquisadores investigou albatrozes-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) que vivem nas Ilhas Maldivas por um período de 15 anos e percebeu que as taxas de “divórcio” entre esses pássaros aumentam junto com a temperatura da superfície do mar. Os albatrozes praticam a monogamia, regra entre 90% dos pássaros. Em algumas espécies, os relacionamentos podem se estender por décadas.

Mas a separação também é uma realidade no mundo animal, geralmente desencadeada por questões relacionadas à reprodução: o casal pode enfrentar problemas de fertilidade ou não se dar muito bem garantindo a sobrevivência de seus filhotes. Condições adversas do meio ambiente também podem levar à quebra do vínculo, como mostrou o novo estudo, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.

Separações são uma realidade no mundo animal, geralmente desencadeadas por problemas de reprodução. Mas condições adversas do meio ambiente também podem levar à quebra do vínculo.

“Divórcios” entre albatrozes aumentam com aquecimento do mar, indica estudo

publicado originalmente em superinteressante

A conta certa de vegetais por dia para você ter mais saúde

Imagino que o leitor esteja cansado de saber que vegetais fazem bem à saúde — e, talvez, faça parte do grupo que tem noção de que precisa comer mais frutas e hortaliças. Também não é de hoje que cientistas e entidades estipulam uma quantidade ideal desses alimentos por dia.

Organização Mundial da Saúde (OMS) defende cinco porções (cerca de 400 gramas), recomendação que é endossada pelo Fundo Mundial de Pesquisas sobre Câncer e o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.

Já o governo americano prega duas porções de frutas e duas e meia de verduras e legumes. Na Dinamarca, são seis doses diárias de vegetais, enquanto na Austrália o sarrafo sobe para oito e meia. O Brasil tende a acompanhar a OMS.

Mas, agora, uma nova equação vem à tona com um estudo que parece ter chegado a um consenso. Uma equipe da Universidade Harvard, nos EUA, analisou dados de mais de 100 mil cidadãos desse país, acompanhados por 30 anos, e revisou 26 estudos baseados em informações colhidas entre 1,9 milhão de pessoas de 29 nações.

Resultado: a ingestão de duas porções de frutas e três de legumes e verduras por dia está associada a um risco 13% menor de morrer precocemente. Sim, a conclusão ratifica (e especifica) a regra dos cinco vegetais. Na análise, esse hábito diminuiu em 12% a possibilidade de vir a óbito por doenças cardiovasculares, 10% por câncer e 35% por problemas respiratórios. São números significativos.

Cinco porções: duas de frutas e três de verduras e legumes. Novo estudo aponta que essa é a meta diária para você viver mais e melhor. Saiba como batê-la

A conta certa de vegetais por dia para você ter mais saúde

publicado originalmente em Veja saúde

Novos fósseis sugerem que o Australopithecus sediba andava em duas pernas

Australopithecus sediba foi descrito pela primeira vez em 2010 por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo. Na época, os paleontólogos envolvidos possuíam material fóssil de dois indivíduos diferentes, que foram encontrados nas cavernas de Malapa, na África do Sul. 

Os pesquisadores chamaram os espécimes de Karabo e Issa, uma criança do sexo masculino e um adulto do sexo feminino. De acordo com a datação dos cientistas, ambos teriam vivido na Terra há mais ou menos dois milhões de anos. Mas aqui entra uma história curiosa: os fósseis encontrados em 2010, na verdade, haviam sido revelados por mineiros que estavam explodindo a caverna com dinamite. Os pesquisadores encontraram alguns dos ossos, mas outros ficaram presos nos blocos de pedra expelidos, que foram usados posteriormente para construir uma estrada.

Ossos recém encontrados ajudaram a reconstituir parte da coluna de um indivíduo da espécie – sugerindo que ele andava como os humanos, mas subia em árvores como os macacos.

Novos fósseis sugerem que o Australopithecus sediba andava em duas pernas

publicado originalmente em superinteressante

Zoom: gominhos no abdômen

Mas é bom adiantar que eles estão do lado de dentro da barriga. É que nosso abdômen é a sede do intestino, e, no seu interior, você encontra as belezinhas ao lado — as criptas de Lieberkühn, em cortes transversais fotografados por microscópio. Elas ficam tanto no intestino delgado como no grosso e malham para produzir enzimas digestivas, hormônios e substâncias que defendem o território.

7 metros
É o tamanho do intestino delgado, porção em que ocorre boa parte da digestão e absorção da comida.

2 metros
É o comprimento do intestino grosso, local em que se concentra a microbiota e se formam as fezes.

Só que essa é uma visão interna do abdômen: microscópio exibe estruturas muito importantes no intestino

Zoom: gominhos no abdômen

publicado originalmente em Veja saúde

Caminhar é preciso – entenda o poder da caminhada

Muita gente não pratica exercícios porque, em um primeiro momento, eles geram estresse e desconforto ao organismo. É fato: se fosse algo prazeroso logo de cara, todo mundo seria ativo.

Mas a realidade não é bem essa: correr, levantar peso ou praticar um esporte coletivo coloca o corpo numa situação de esforço muito além da condição de repouso. E, se ele não estiver acostumado, a conta vem no dia seguinte: doresfadiga muscular e um eventual balde de água fria no sonho de vencer o sedentarismo.

A culpa não é exatamente nossa: biologicamente, os animais não foram feitos para gastar energia à toa. Tirando fazer sexo, procurar comida e escapar de predadores, a tendência é descansar e relaxar, guardando todas as reservas para quando uma necessidade surgir, o que já era suficiente para manter o organismo saudável.

Acontece que a inteligência humana tornou as atividades essenciais, antes laboriosas, tranquilas e até monótonas: comidas chegam em casa com um clique no aplicativo, o trabalho em frente ao computador (ainda mais com a pandemia) nunca foi tão parado e até no sexo existem jeitinhos de ter prazer com menos esforço — que o digam as modalidades virtuais.

A mais democrática e subestimada entre as atividades físicas continua ganhando medalhas da ciência pelos seus efeitos na mente e no corpo

Caminhar é preciso – entenda o poder da caminhada

publicado originalmente em Veja saúde

Aspirina contra infarto: mudou o perfil de quem deve tomar o remédio

Idosos sem doença cardíaca não deveriam tomar aspirina todos os dias para prevenir um infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo nova recomendação de um grupo de especialistas norte-americanos.

Ainda que ingerido em baixas doses, os riscos de o ácido acetilsalicílico causar sangramento, sobretudo no trato digestivo de pessoas a partir dos 60 anos com esse perfil, são maiores que os possíveis benefícios.

Além de diminuir doresfebres e inflamações, a aspirina também age contra a formação de coágulos e trombos, que prejudicam a circulação sanguínea. Por essa resposta, é usada na prevenção de eventos trombóticos, como o AVC.

mudança, divulgada pela Força-tarefa de Saúde Preventiva dos Estados Unidos no início de outubro, substituirá as recomendações de 2016, que indicavam o remédio como uma primeira medida de prevenção para doenças cardiovasculares. Esse uso, porém, não deve ser excluído de todos os grupos.

Novo documento indica que o remédio não traz benefício para pessoas sem histórico de doenças cardíacas

Aspirina contra infarto: mudou o perfil de quem deve tomar o remédio

publicado originalmente em Veja saúde