
Um estudo publicado no periódico especializado Communications Biology mostrou que as fêmeas de uma espécie de peixe limpador, a Labroides dimidiatus, são capazes de identificar quando não estão sendo observadas para trapacear e conseguir uma refeição melhor.
Essa safadeza aparentemente banal pode significar que o peixinho tem uma capacidade cognitiva encontrada principalmente em primatas (mas também em outros mamíferos e pássaros) conhecida como teoria da mente: o poder de compreender que outros seres vivos têm intenções e planos diferentes dos seus.
Vamos começar explicando que, no fundo do mar, existem lugares chamados “estações de limpeza“: áreas geralmente próximas a rochas e corais que são um ponto de encontro para alguns animais estabelecerem uma troca de favores (tecnicamente, uma relação de mutualismo). É lá que os peixes limpadores, de cerca de 10 cm, removem células mortas e parasitas do corpo de peixes bem maiores.
Fêmeas de bodião limpador identificam quando não estão sendo observadas para trapacear e conseguir uma refeição melhor. Isso demonstra uma habilidade cognitiva incomum na natureza: a de se imaginar no lugar de outros seres vivos.
Peixes limpadores podem estar entre raros animais com uma “teoria da mente”
publicado originalmente em superinteressante