Por Fabiana Schiavon
Características femininas favorecem o surgimento do tipo 2 dessa doença. Especialistas apontam uma preocupação especial na gestação
As particularidades do diabetes em mulheres
publicado em Veja saúde
Espaço poético, rotineiro e alternativo
Por Fabiana Schiavon
Características femininas favorecem o surgimento do tipo 2 dessa doença. Especialistas apontam uma preocupação especial na gestação
As particularidades do diabetes em mulheres
publicado em Veja saúde
Por Diogo Sponchiato
A cena, cada vez mais corriqueira, é a seguinte: o paciente com diabetes descontrolado entra no consultório com um diagnóstico e sai de lá com outro. Muita atenção agora: ele continua com diabetes, mas a investigação médica, depois confirmada com exames laboratoriais, indica outro tipo da doença. Não era à toa que a glicemia nunca ficava na meta. O sujeito não tinha diabetes tipo 2, mas uma versão conhecida pela sigla LADA — que vem do inglês e significa “diabetes autoimune latente do adulto”. É como se fosse um diabetes tipo 1, aquele mais comum em crianças e adolescentes e caracterizado pela agressão do sistema imune ao pâncreas, só que se manifestando tardiamente. E o que essas nomenclaturas mudam na prática? Ora, o tratamento. Nosso paciente, para o qual a combinação de vários comprimidos não vinha surtindo o efeito esperado, passa a usar insulina e, bingo!, a glicose finalmente é domada. Episódios assim costumavam corresponder a 5% dos casos rotulados inicialmente como diabetes tipo 2. Mas novas estimativas apontam que o LADA, sorrateiro, está presente em um em cada dez desses cidadãos. Pouca gente? Não mesmo. O diabetes como um todo afeta mais de meio bilhão de pessoas pelo planeta, pelo menos 15 milhões no Brasil. Se considerarmos que 90% desse público possui o tipo 2, fazendo as contas veremos que o LADA é mais significativo do que se imagina. Os números do último atlas da Federação Internacional de Diabetes escancaram que o problema, em suas diversas formas, compõe uma das equações mais complexas da saúde pública — sem falar no incalculável impacto na qualidade de vida das pessoas e das famílias. E o horizonte não é dos mais animadores. “Vivemos em um cenário de ganho de peso, sedentarismo e dieta inadequada. Cerca de 15% da nossa população tem pré-diabetes, com grandes chances de desenvolver a doença em si. E o que mais me assusta é a quantidade de indivíduos com diabetes que nem sequer sabem que têm a doença”, expõe o endocrinologista Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). + Leia também: Você tem pré-diabetes? Não se engane com esse nome Para lidar com o desafio de hoje e de amanhã, precisamos de uma mobilização em 360 graus, amparada em muita ciência e tanto ou mais esforço de profissionais de saúde, autoridades públicas e pacientes. E um ponto de partida é entender que nem todo diabetes é igual e como a personalização do tratamento — acompanhada de algumas estratégias padronizadas, por mais paradoxal que isso soe — será determinante para usufruir do que o avanço da medicina e a inovação tecnológica estão prestes a oferecer.
Descobertas sobre o elo da doença com a imunidade e o peso e novos tratamentos redefinem o controle do diabetes — e ele vai muito além do açúcar no sangue
Diabetes em transformação: o que está mudando no tratamento
publicado em Veja saúde
Por Thais Manarini
Com base em um banco de dados de mais de 15 mil homens de 40 a 74 anos, cientistas japoneses categorizaram esses indivíduos de acordo com a velocidade com que se alimentavam. Em cinco anos, 620 desenvolveram diabetes. Cruzando as informações, os estudiosos repararam que os comedores mais acelerados corriam um risco 35% maior de encarar a doença. Para a endocrinologista Tarissa Petry, do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), trata-se de um achado que dá o que pensar, mas ainda não conclusivo. “É que os próprios voluntários relatavam se comiam rápido ou não”, nota, frisando que nem sempre essa percepção é fidedigna. “O ideal, agora, é realizar uma pesquisa mais controlada, em que o tempo da alimentação seja de fato cronometrado”, argumenta. + Leia também: Alerta máximo para o diabetes
Embora a pesquisa não permita cravar que comer rápido provoca diabetes, Tarissa reconhece que há hipóteses plausíveis para associar a pressa à mesa à maior propensão à doença. “Acredita-se que quem come rápido demora mais para sentir saciedade. Aí, acaba ingerindo um volume maior do que precisa”, raciocina a endocrinologista. Esse é um processo que facilita o ganho de peso e, se houver predisposição, sobe o risco de o diabetes tipo 2 aparecer. [abril-whatsapp][/abril-whatsapp]
Atitudes que ajudam a ter mais calma diante dos alimentos:+ Apoie os talheres à mesa a cada garfada + Do aroma à textura, saboreie o prato + Nada de celular ou TV enquanto está comendo + Reserve uns 30 minutos para ficar à mesa + Comece a refeição pela salada + Recorra a talheres menores
Essa ligação foi encontrada em estudo com milhares de homens
Comer rápido pode elevar o risco de diabetes
publicado em Veja saúde
Um novo estudo publicado na revista científica The Lancet reúne evidências da importância da perda de peso no controle da diabetes tipo 2.
O levantamento aponta que reduzir os dígitos da balança em 15% pode impedir a evolução da doença e até reverter complicações metabólicas. Daí porque essa abordagem deveria ser priorizada entre pacientes com o quadro.
Isso ocorre porque a perda de peso está diretamente ligada à diminuição dos níveis de glicose no sangue, segundo um dos autores do estudo, o cirurgião Ricardo Cohen, que é coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
Para assimilar melhor esse achado, é importante voltar alguns passos e entender como uma situação está ligada à outra.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e que tem como função colocar o açúcar vindo dos alimentos dentro das células, o que culmina na geração de energia.
No contexto do diabetes do tipo 2, a produção desse hormônio até acontece, mas ele não consegue fazer sua tarefa direito – é o que se chama de resistência à insulina. Como consequência, sobra açúcar na circulação, situação que abre brecha para uma série de encrencas, de perda de visão a infarto.
Uma das explicações para esse funcionamento capenga da insulina está na genética. Mas o grande fator que predispõe ao quadro mesmo é a obesidade.
+ LEIA TAMBÉM: Mais do que nunca, tratar o diabetes também protege o coração
Por isso, manejar o diabetes não significa simplesmente controlar a glicemia. “O tratamento da obesidade é que tem como efeito o equilíbrio do açúcar no sangue”, raciocina Cohen.
No fim das contas, perder peso representa uma proteção contra as piores complicações da doença, que são as doenças cardiovasculares e renais, cegueira e amputações.
“Muitas vezes o tratamento da obesidade deve envolver o uso de remédios ou cirurgia, já que, para alguns indivíduos, não é simples apostar apenas em dieta e exercícios físico”, completa o médico.
Colocar o tratamento da obesidade como prioridade tem como consequência a melhora da doença, segundo estudo
Perder 15% do peso impede evolução do diabetes e suas complicações
publicado originalmente em Veja saúde
Há temas, no universo da nutrição, que parecem seguir o movimento de um carrossel. Eles vão e vêm de tempos em tempos, ainda mais se o assunto girar em torno de peso, dieta e ingredientes como o açúcar. Com o índice glicêmico, o IG, tem sido assim.
Entre idas e vindas, críticas e defesas, essa medida da velocidade com que o corpo transforma em glicose um alimento já esteve atrelada a regimes da moda, mas não perdeu seu alicerce científico.
O conceito, para continuarmos nas metáforas do parque de diversões, remete a uma montanha-russa, com as subidas e descidas dos níveis de açúcar no sangue. Afinal, o IG é uma classificação criada para mensurar o efeito de itens ricos em carboidratos (de frutas a doces) na glicemia.
Tem tudo a ver com o ritmo de entrada das moléculas de glicose geradas pela digestão nas nossas células. Se isso for ligeiro, o IG é alto. É vagaroso? O número é baixo. De modo geral, produtos refinados, feitos de farinha branca, caem no primeiro grupo. No segundo, entram os itens integrais, redutos de fibras.
No cenário ideal, o fornecimento de glicose para as células deve ser gradual. Isso ajuda a modular a liberação de hormônios, como a insulina, e os sinais cerebrais da saciedade. Se esse processo ocorre em alta velocidade, o tempo todo, o corpo tende a pegar um atalho para a obesidade e o diabetes.
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Colocando desse jeito, parece fácil e, por que não, uma fórmula mágica para emagrecer. “Mas não se trata de algo tão simples, já que muitas variáveis precisam ser consideradas no cálculo do IG”, pondera a nutricionista Eliana Bistriche Giuntini, do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) da Universidade de São Paulo (USP).
A estudiosa integra a equipe responsável pela Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA), que traz, entre outras informações, dados do impacto glicêmico de comes e bebes. Segundo ela, interpretações erradas ou descontextualizadas do IG podem levar a escolhas inapropriadas.
Cientistas acabam de realizar uma revisão sobre essa medida que aponta quanto um alimento faz o açúcar subir no sangue. Afinal, como ela mexe com a saúde?
Índice glicêmico: na montanha-russa do açúcar
publicado originalmente em Veja saúde
Doença está entre o segundo fator de risco para insuficiência renal. O tratamento para a doença renal é feito por sessões de hemodiálise ou transplante do órgão. No dia 14/11 é comemorado o Dia Mundial da Diabetes, uma data para conscientização e prevenção da doença. De acordo com dados da 10ª edição (2021) do Atlas […]
Diabetes: rins podem parar de funcionar por conta da doença
publicado originalmente em blog do pedlowski
Eram anos inebriantes. Depois de uma grande guerra e de uma grande gripe, a liberdade e o frenesi irrompem no início da década de 1920. As mulheres conquistam o direito ao voto em boa parte do mundo ocidental, abandonam espartilhos e cortam o cabelo à la garçonne. O jazz domina a cena musical e O Garoto, de Charles Chaplin, estreia no cinema. Nesse contexto disruptivo, dois cientistas canadenses identificam um hormônio essencial à vida e mudam para sempre o destino das pessoas com diabetes, uma doença até então fatal.
Em um laboratório da Universidade de Toronto, o médico Frederick Banting e seu assistente Charles Best conseguem isolar a insulina no pâncreas de um animal. “Eles sabiam que a substância era fabricada em áreas específicas do órgão, sabiam que a falta dela provocava o diabetes, mas ninguém havia conseguido separar aquele produto para uso terapêutico em humanos”, conta o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
No centenário de um dos medicamentos mais importantes da história, traçamos seus feitos e mostramos o que está por vir no tratamento do diabetes
Insulina: 100 anos salvando vidas
publicado originalmente em Veja saúde
Metade das pessoas com diabetes já tentou algum tipo de terapia sem eficácia comprovada para a doença. É o que mostra uma revisão publicada no European Journal of Pharmacology em cima de 38 estudos conduzidos pelo mundo.
Para piorar, em 21% dos casos os indivíduos abandonaram o tratamento prescrito, e em 67% das situações o uso da abordagem alternativa não foi informado ao médico. “O achado indica problemas de comunicação entre profissional e paciente, que deveriam ter uma relação de cumplicidade”, diz o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, que já comentou o levantamento em sua coluna no site da VEJA SAÚDE.
Terapias alternativas fazem sucesso nessa turma, aponta estudo. Cuidado!
Tem diabetes? Atenção ao que não tem evidência
publicado originalmente em Veja saúde
A descoberta vem da Universidade Edith Cowan, na Austrália, onde foi analisada a relação entre ingestão de frutas e presença de diabetes entre 7 675 pessoas. Após cinco anos de acompanhamento, na turma em que o alimento fazia parte do cardápio, houve redução de 36% no risco de a doença dar as caras.
Nesses indivíduos, notou-se uma melhor sensibilidade à insulina, o que se traduz em maior capacidade de as células retirarem o açúcar do sangue e transformá-lo em energia.
O consumo de pelo menos duas porções por dia pode reduzir o risco de desenvolver a doença
Frutas contra o diabetes
publicado originalmente em Veja saúde
Resultados de uma pesquisa conduzida na Universidade Cruzeiro do Sul podem contribuir para o diagnóstico mais precoce da neuropatia diabética – distúrbio caracterizado por lesões nos nervos periféricos de pessoas com diabetes e que pode causar sintomas como dor, formigamento ou perda de sensibilidade, principalmente em pés e pernas.
No estudo, o grupo coordenado pelo professor Paulo Barbosa de Freitas Júnior avaliou a força feita por pacientes diabéticos para segurar e manusear objetos. Os resultados foram comparados com os de indivíduos sadios e de portadores de outras doenças neurológicas, como esclerose múltipla, Parkinson e síndrome do túnel do carpo (dormência e formigamento na mão e no braço causados pela compressão de um nervo no punho).
Método que analisa a maneira de segurar objetos pode simplificar detecção de problema que afeta a qualidade de vida de quem tem diabetes
Pesquisa abre caminho para diagnóstico precoce da neuropatia diabética
publicado originalmente em Veja saúde