Aquecimento global aumenta a transmissão de vírus entre diferentes animais

Aquecimento global aumenta a transmissão de vírus entre diferentes animais

Por Fabiana Schiavon

Cientistas americanos e sul-africanos estimaram que aquecimento global elevará, até 2070, em 4 mil vezes a transmissão de vírus entre diferentes espécies de mamíferos. E essa disseminação favorece que esses patógenos cheguem aos seres humanos, o que aumenta o risco de surtos e epidemias. Os dados foram publicados na revista científica Nature. “Com o aumento da temperatura, muitas espécies devem mudar seu habitat e procurar climas mais adequados. Nessas condições, animais que nunca se encontraram antes começam a conviver, aumentando a probabilidade de troca de vírus entre eles – o que cresce também a probabilidade de alguns desses vírus chegarem a nós”, esclarece a microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência+ LEIA TAMBÉM: A febre do planeta: como o aquecimento global mexe com a nossa saúde Para chegar a essa constatação preocupante, os pesquisadores catalogaram informações de 3 139 espécies de mamíferos e suas movimentações diante do aquecimento global e do uso do solo. Os morcegos seriam os principais responsáveis por essa transmissão entre espécies. “Essa transição ecológica já pode estar ocorrendo, e manter o aquecimento do planeta abaixo de 2 graus até o fim do século não vai reduzir esse espalhamento viral”, escrevem os autores no artigo. Seria necessário, portanto, apertar as medidas contra as mudanças climáticas e adotar outras estratégias, que mencionaremos adiante. Ainda segundo o documento, hoje há cerca de 10 mil tipos de vírus com a capacidade de infectar humanos, mas que atualmente estão praticamente restritos a outros mamíferos. Essa troca de vírus entre espécies é algo que sempre aconteceu, mas em uma velocidade menor. E a cada salto que esses micróbios dão de um bicho para o outro, eles podem sofrer mutações que, eventualmente, facilitariam a infecção em seres humanos. 

Estima-se que, até 2070, mudanças climáticas elevarão em 4 mil vezes a disseminação de vírus entre espécies. Saiba qual o risco disso para a humanidade

Aquecimento global aumenta a transmissão de vírus entre diferentes animais

publicado em Veja saúde

Novo tipo de HIV é detectado

Por Thais Manarini

Missão bem-sucedida

O tripé de enfrentamento ao HIV:

Cientistas identificaram um subtipo inédito do vírus HIV em 109 pessoas na Holanda. Baseados em testes preliminares, eles declararam que a versão parece ser mais virulenta que as cepas predominantes. “Isso significa que o indivíduo contaminado adoeceria em menos tempo, porque o vírus seria mais eficaz em se espalhar e matar as células de defesa, que são o alvo”, explica Aguinaldo Roberto Pinto, microbiologista que estuda o HIV na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mais de dez subtipos virais já foram catalogados, e sua distribuição varia geograficamente. Felizmente, todos eles são controlados com sucesso por meio dos medicamentos disponíveis — incluindo a nova versão europeia. “O que essa descoberta reforça é a necessidade de diagnosticar e tratar logo os pacientes”, afirma Pinto.

Missão bem-sucedida

O tripé de enfrentamento ao HIV:

  1. Prevenção Além do preservativo, nos últimos anos chegou a profilaxia pré-exposição (PrEP), combinação de drogas antivirais que ajuda a evitar a infecção. vale lembrar que o uso da PrEP subiu 182% no mundo em 2020, mas ainda está aquém do esperado, em especial nos países mais pobres.
  2. Testagem Infelizmente, muita gente ainda sofre com estigmas que atrapalham o diagnóstico precoce. Quanto antes ele for feito, melhor.
  3. Tratamento Os medicamentos atuais conseguem não só impedir o desenvolvimento da aids como reduzir a carga viral e bloquear a transmissão.

Vírus seria mais agressivo, mas responde a remédios

Novo tipo de HIV é detectado

publicado em Veja saúde

Remédio anticâncer pode eliminar o HIV do organismo

Por Bruno Garattoni

O Keytruda (pembrolizumab) é usado desde 2014 para tratar melanoma, linfoma e câncer de pulmão, entre outros tipos. Ele remove um “disfarce” que as células cancerosas usam para driblar o sistema imunológico.

Agora, cientistas americanos constataram que a droga também tem outra utilidade: consegue expulsar o vírus da Aids das células T, onde ele normalmente se aloja (e pode ficar escondido, mesmo quando o paciente não tem mais HIV detectável).

A descoberta (1) ocorreu por acaso, durante o tratamento de pacientes que têm câncer e HIV. Se o efeito for confirmado, pode levar a um novo coquetel anti-Aids, capaz de expulsar totalmente o vírus do corpo.

LEIA MAIS: Imunoterapia: a melhor arma anticâncer

Fonte 1. Pembrolizumab induces HIV latency reversal in people living with HIV and cancer on antiretroviral therapy. T Uldrick e outros, 2022.

Medicamento demonstrou capacidade de expulsar o vírus das células T, onde ele normalmente se aloja e fica escondido

Remédio anticâncer pode eliminar o HIV do organismo

publicado em superinteressante

Anticorpos podem deformar vírus

As pontas dos anticorpos têm o formato exato para se encaixar a determinados vírus, neutralizando-os. As células B, que fabricam os anticorpos, sofrem mutações aceleradíssimas, 1 milhão de vezes mais rápidas do que as mutações no resto do corpo, até que o organismo encontre o encaixe certo. Esse processo se chama hipermutação somática, e é o grande trunfo dos anticorpos no combate a infecções. Mas pode não ser a única.

Cientistas da Penn State University, nos EUA, descobriram que os anticorpos também podem agir de outra forma: enfiando-se na superfície dos vírus, fazendo com que eles sofram deformações e atrapalhando seu funcionamento (1).

Os pesquisadores colocaram um anticorpo humano chamado C10 em contato com os vírus da dengue (DENV) e da zika (ZIKV). Ele conseguiu neutralizar ambos, mas também deformou o DENV – supostamente porque esse vírus tem uma superfície mais irregular.

Segundo os cientistas, a descoberta pode inspirar o desenvolvimento de novos tipos de anticorpo monoclonal (produzido em laboratório), que tenham essa capacidade contra outros vírus, o Sars-CoV-2 inclusive.

Fonte 1. Human antibody C10 neutralizes by diminishing Zika but enhancing dengue virus dynamics. G Anand e outros, 2021.

Estudo revela novo mecanismo de ação do organismo contra infecções.

Anticorpos podem deformar vírus

publicado originalmente em superinteressante

Monitorar vírus, fungos e bactérias pode evitar novas pandemias

A pandemia de covid-19 tornou mais evidente a necessidade dos chamados sistemas de sentinela, que monitoram agentes patológicos a fim de evitar surtos ou mesmo prever futuras epidemias. Além de vírus como o Sars-CoV-2, porém, é fundamental monitorar também fungos e bactérias que ainda não possuem tratamentos eficazes e podem se espalhar. Esse foi o tema da 4ª Conferência Fapesp 60 anos, “Desafios à Saúde Global”.

O evento teve como mediadora Helena Nader, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e integrante do Conselho Superior da Fapesp.

“É muito importante termos sistemas de sentinela que permitam que uma pandemia, no início do seu surgimento, seja rapidamente detectada e combatida. Mas tudo isso requer uma interação, uma cooperação, que nem sempre são naturais”, destacou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp, durante a abertura do evento.

Cientistas alertam para os desafios de diagnosticar e combater agentes patológicos com o potencial de causar surtos de doenças infecciosas

Monitorar vírus, fungos e bactérias pode evitar novas pandemias

publicado originalmente em Veja saúde

Cientistas encontram vírus de 15 mil anos em geleiras tibetanas

As regiões do globo que contém permafrost, uma espécie de solo congelado, são verdadeiros parques de diversões para os cientistas. Com o derretimento das geleiras, cientistas já puderam identificar corpos de animais do passado praticamente intactos e até microrganismos microscópicos que voltaram à vida após anos congelados. Agora, pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, identificaram dezenas de vírus em duas amostras de gelo retiradas do Planalto do Tibete, na China. 

Dos 33 vírus identificados, 28 nunca haviam sido relatados por pesquisadores.

Cientistas encontram vírus de 15 mil anos em geleiras tibetanas

publicado originalmente em superinteressante

Salmão de cativeiro liberou vírus no mar

O vírus PRV-1, que ataca os rins e o fígado dos salmões que vivem na costa do Canadá, se originou numa “fazenda aquática” de criação de peixes na Noruega, de onde ele escapou três décadas atrás.

Isso foi comprovado por um estudo (1) que sequenciou o código genético de 86 amostras do PRV-1 coletadas em vários pontos do Pacífico e do Atlântico nos últimos 35 anos e conseguiu reconstruir a história evolutiva do vírus.

Vírus PRV-1, que infecta e mata peixes no litoral do Canadá, se originou bem longe dali: em uma criação na Noruega

Salmão de cativeiro liberou vírus no mar

publicado originalmente em superinteressante

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