Myers-Briggs: a real sobre o teste das 16 personalidades

Gustav Jung e Sigmund Freud eram grandes amigos no começo do século 20. Os pesos-pesados da psicologia moderna se conheceram pessoalmente em 1907, em Viena. O austríaco Freud, 19 anos mais velho, encantou-se com a genialidade do suíço Jung, que, aos 32, trabalhava como psiquiatra e professor universitário.

Eles continuaram a se encontrar e a trocar centenas de cartas. Pelo trabalho de Jung, Freud o considerava seu sucessor na recém-criada psicanálise: ele seria o jedi; Jung, o padawan.

Mas não foi bem assim. Jung não concordava que as motivações da mente partiam da sexualidade, enquanto Freud (ateu convicto) se opôs completamente ao misticismo que há na psicologia de Jung. Essas divergências teóricas levaram, em 1912, a um rompimento digno de música sertaneja. O suíço passou os três anos seguintes na sofrência: recluso, sem ler, escrever ou dar aulas.

Nesse período dark, Jung refletiu sobre a sua relação com Freud. E chegou a uma conclusão: as divergências rolaram porque os dois tinham personalidades diferentes. Concluiu que Freud era um extrovertido – alguém que se sente à vontade em uma multidão, e que prefere compartilhar com outras pessoas os seus problemas para resolvê-los; e que ele, Jung, seria introvertido – alguém que opta pelo mundo interior, que usa a solidão como combustível para recarregar as energias.

INTP, ESTJ, ESFP… O questionário que classifica pessoas em categorias demarcadas por quatro letrinhas é tratado como algo sacrossanto por departamentos de recursos humanos e parte dos psicólogos. Mas, afinal: ele funciona mesmo?

Myers-Briggs: a real sobre o teste das 16 personalidades

publicado originalmente em superinteressante

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