Morcegos selvagens se lembram de toque de celular após quatro anos

A memória dos morcegos pode ser melhor do que você imagina.

Pesquisadores treinaram 49 morcegos selvagens da espécie Trachops cirrhosus para associar um toque de celular a uma recompensa em comida. Quatro anos depois, alguns deles ainda reconheciam o som e voavam em direção ao lanchinho – enquanto morcegos não familiarizados com o alerta sonoro simplesmente o ignoraram.

Essa espécie comum na América Central e do Sul se alimenta de insetos e sapos, que encontra seguindo seu coaxar de acasalamento. Os morcegos conseguem diferenciar os chamados de várias espécies de sapos para não comer os venenosos.

Para investigar como esses mamíferos voadores aprendem os chamados de suas presas e por quanto tempo podem reter essas informações, a pesquisadora May Dixon, da Universidade Estadual de Ohio (Estados Unidos), reuniu-se com colegas para treinar morcegos capturados na natureza. Os resultados do estudo foram publicados na revista Current Biology.

Estudo sugere habilidades cognitivas até então desconhecidas nesses mamíferos voadores.

Morcegos selvagens se lembram de toque de celular após quatro anos

publicado em superinteressante

Morcegos imitam zumbido de vespas para afastar predadores

No mundo animal, cada um desenvolve sua estratégia de sobrevivência. Em muitos casos, uma boa pedida é se disfarçar de uma espécie perigosa ou impalatável para afastar seus predadores. 

Exemplos clássicos desse fenômeno, chamado mimetismo, são as moscas da família Syrphidae, que parecem abelhas, ou a cobra falsa-coral. Mas isso não acontece só com características morfológicas e visuais das espécies.

Existe também a imitação de sons, por exemplo. Recentemente, um grupo de cientistas se deparou com um desses casos raros: eles notaram que morcegos da espécie Myotis myotis podem zumbir como vespas e abelhas para afastar corujas.

E mais: este seria o primeiro caso documentado de mimetismo entre mamíferos e insetos. Ele foi relatado em um estudo publicado na revista Current Biology, na última segunda-feira (9).

Cientistas afirmam ter descoberto o primeiro caso documentado de mimetismo entre mamíferos e insetos.

Morcegos imitam zumbido de vespas para afastar predadores

publicado em superinteressante

Morcegos adquirem senso de direção com ajuda de suas mães, indica estudo

Já pensou ser carregado de cabeça para baixo, no escuro, para aprender a se localizar em um lugar? Parece desconfortável, mas essa aventura estranha faz parte da rotina de morcegos bebês – e é essencial para que eles façam voos independentes depois, segundo as descobertas de um novo estudo.

Os morcegos são os únicos mamíferos capazes de voar e fazer viagens noite afora a partir de uma habilidade especial: a ecolocalização. Eles emitem ondas sonoras inaudíveis para nós (os ultrassons), que atingem obstáculos no ambiente e retornam na forma de ecos. A partir deles, o animal consegue identificar onde o caminho está livre.

Os pesquisadores já identificaram que, em muitas espécies (como entre os morcegos frugívoros egípcios), a mãe carrega o filhote enquanto voa procurando por comida. Ele se agarra ao corpo da mãe com a mandíbula, prendendo os dentes ao redor do mamilo, e com os dois pés.

Isso acontece com filhotes que podem chegar a 40% do peso da mãe – uma baita mala sem alça. Não estava claro por que as mães adotam esse comportamento, em vez de deixar seus filhotes na caverna, como fazem algumas espécies.

Mães morcego passeiam com seus bebês de cabeça para baixo até eles atingirem dez semanas de vida. O comportamento parece ser algo essencial para a independência do mamífero.

Morcegos adquirem senso de direção com ajuda de suas mães, indica estudo

publicado originalmente em superinteressante

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