Moradores do estado australiano de Nova Gales do Sul encontraram três grandes pedaços de detritos espaciais caídos numa fazenda, um deles com 3 metros de comprimento.
Brad Tucker, um astrofísico que inspecionou os destroços, afirmou que provavelmente se tratam de fragmentos de uma cápsula SpaceX Dragon usada durante a missão Crew-1, em 2020. Alguns dos fragmentos tinham até números de série.
Os cientistas já sabiam que pedaços da Dragon poderiam cair na área por volta do início de julho. Os fragmentos encontrados também estavam na trajetória estimada para a carcaça, afirma o astrônomo Jonathan McDowell.
O criador de ovelhas Mick Miners descobriu o objeto de 3 metros de altura em seu campo em 25 de julho, como conta à Australian Broadcasting Corporation. Seu vizinho também havia encontrado detritos em seu campo na semana anterior, e as pessoas na área também relataram ter ouvido um estrondo alto no dia 9 – provavelmente da cápsula caindo no chão.
Um dos detritos encontrados por moradores da região. As marcas de queimado vem da alta temperatura atingida durante a reentrada na atmosfera.
A Agência Espacial Australiana e a polícia de Nova Gales do Sul estão investigando os objetos para confirmar sua conexão com voos espaciais. “Eventualmente a SpaceX, ou pelo menos os EUA, terão que fazer uma declaração dizendo se querem ficar com eles ou não”, diz Tucker.
Agricultores australianos encontraram detritos espaciais espalhados por seus campos – acredita-se que vieram de um voo da SpaceX.
Mais de 27 mil detritos espaciais são de conhecimento da NASA e estão sob a vigilância de um setor do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Só que não são os únicos. A própria agência admite a existência de fragmentos pequenos demais para serem rastreados, mas que ainda apresentam um risco potencial para missões espaciais.
Dentre esses fragmentos estão asteroides e fragmentos de rocha: detritos naturais do espaço, que atingem a Terra e vão e vêm nos radares; e também os detritos artificiais: objetos colocados em órbita por humanos e que não têm mais utilidade, como satélites desativados e estágios de naves abandonadas.
Mas e aqui embaixo? Estamos em perigo? Um estudo levou em conta dados do passado, o caminho de objetos na órbita e a demografia dos territórios abaixo deles para quantificar os riscos que eles possivelmente apresentam de cair aqui na nossa cabeça.
Primeiro, os pesquisadores filtraram por satélites cujas órbitas tinham o ponto mais perto da Terra, chamado de perigeu, com até 600 quilômetros de distância da superfície. Esses corpos, formados principalmente por partes antigas de foguete, têm certa inclinação em sua órbita quando comparados à Linha do Equador. Somadas à densidade populacional debaixo de cada órbita, eles calcularam a probabilidade de que um desses tecos de foguetes atinja alguém.
Eles dizem que a chance é ridícula, mas pode aumentar nos próximos anos conforme há mais lançamentos de foguetes.