Crustáceo pode ser exemplo raro de polinizador marinho

Em terra firme, as plantas recebem uma mãozinha de polinizadores como pássaros e abelhas. No oceano, elas geralmente se viram sozinhas. Daí a surpresa dos cientistas ao descobrirem um crustáceo de quatro centímetros que pode ajudar algas a se reproduzirem.

É o primeiro caso conhecido dessa interação animal-alga e ocorre entre o crustáceo da espécie Idotea balthica e a alga vermelha Gracilaria gracilis. A reprodução dessa planta é incomum por si só. Organismos que vivem no mar costumam liberar gametas masculinos ou femininos para que se encontrem na água, mas este não é o caso da alga Gracinha – como vamos apelidá-la de agora em diante.

Entre as Gracinhas, as plantas fêmeas não liberam seus gametas na água. Os machos até liberam, mas suas células não têm caudas que facilitem a locomoção – como acontece com os espermatozoides humanos, por exemplo.

É o primeiro caso conhecido de um animal que ajuda algas a se reproduzirem – uma relação que é benéfica para ambas as partes.

Crustáceo pode ser exemplo raro de polinizador marinho

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Carta náutica do século 19 revela perda de até 49% dos recifes em Abrolhos (BA)

Entre os nove milhões de itens que compõem o acervo da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, está uma carta náutica de 1861, elaborada pelo francês Ernest Mouchez durante uma expedição à Bahia. 

Conchas, rochas, corais, areia. Ali está mapeada toda a antiga paisagem subaquática de Abrolhos, arquipélago que abriga as maiores formações de recifes e a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

A viagem de Mouchez era um trabalho de exploração da América do Sul, e o documento foi um dos muitos criados para registrar as descobertas da época – além de fornecer pistas à navegação daquelas águas. Mas agora, 160 anos depois, encontrou-se uma nova utilidade à carta: entender como os recifes mudaram de lá para cá.

Um grupo de pesquisadores brasileiros comparou as informações contidas na carta náutica e em outros documentos históricos com dados modernos sobre as condições ambientais de Abrolhos, obtidos via satélite. Assim, descobriram que houve uma perda média de 28% na extensão espacial dos recifes da região.

Algumas áreas estão ainda mais degradadas. Entre os recifes mais próximos à costa, por exemplo, a perda dos últimos 160 anos é de 49%. O estudo foi publicado nesta quarta (29) na revista Perspectives in Ecology and Conservation.

Motivos da degradação

Segundo os pesquisadores, os recifes foram prejudicados principalmente por uma antiga prática de extração de corais. Blocos inteiros eram removidos dos recifes para a fabricação de cal e, acredite, a substituição de tijolos na construção civil. Há registros desse costume desde o século 17, e ele durou pelo menos até 1900 na região.

É a primeira vez que pesquisadores brasileiros usam documentos históricos para compreender a evolução das condições ambientais de recifes. Entenda.

Carta náutica do século 19 revela perda de até 49% dos recifes em Abrolhos (BA)

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Corais têm protetor solar natural que atenua efeitos das mudanças climáticas

Os corais são animais cnidários – a mesma classificação das anêmonas e águas-vivas. Eles não são gelatinosos porque, ao contrário de seus primos, são revestidos por um esqueleto calcário. Em bom português, corais têm casquinha. 

Essa casca crocante de carbonato de cálcio é forrada por minúsculas algas chamadas zooxantelas. Elas são extremamente coloridas e fazem fotossíntese. Parte do alimento que elas produzem com auxílio da luz do Sol é entregue para os corais como um pagamento.

O aquecimento global faz os cnidários expulsarem as algas que lhes fornecem alimento, blindagem do Sol e as cores vivas características. Mas algumas espécies resistem melhor a esse processo.

Corais têm protetor solar natural que atenua efeitos das mudanças climáticas

publicado originalmente em superinteressante

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