COP26 aprova documento que pede redução de subsídios a combustíveis fósseis

A COP26, conferência da ONU sobre a emergência climática realizada em Glasgow, na Escócia, terminou com a aprovação de um documento que registra alguns avanços históricos no enfrentamento do problema. No entanto, os êxitos ainda estão bem aquém do necessário para garantir que a humanidade escapará dos efeitos mais arriscados do aquecimento global.

Entre outros pontos modestamente positivos, o texto aprovado em Glasgow por representantes diplomáticos de quase 200 países cita de maneira direta a diminuição do uso de carvão mineral (proporcionalmente, o mais poluente dos combustíveis fósseis) e o corte de subsídios para os combustíveis fósseis como um todo. Parece algo básico, mas o fato é que o carvão e os combustíveis fósseis nunca tinham sido citados “pelo nome” em nenhum documento das 25 COPs anteriores.

Após um final dramático, último documento da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU também enfatiza o corte gradual do uso do carvão.

COP26 aprova documento que pede redução de subsídios a combustíveis fósseis

publicado originalmente em superinteressante

Rascunho do documento final da COP26 propõe meta anual para reduzir emissões

A COP26, conferência do clima das Nações Unidas que acontece em Glasgow, na Escócia, chega a seus dias decisivos com a divulgação do primeiro rascunho de um documento final, que deve sumarizar os acordos entre os países. A declaração pede uma revisão anual das ações de cada país contra a emergência climática, além do fim gradual do uso do carvão e dos subsídios para combustíveis fósseis.

As medidas seriam um caminho para tentar sanar a lacuna que existe hoje entre os compromissos de longo prazo das nações do mundo – mirando datas como 2030 e 2050 – e o que está sendo efetivamente feito de ano a ano.

A raiz do problema é como manter um aumento da temperatura média do planeta (em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial) em até 2 ºC – e, se possível, impedir que esse aumento ultrapasse 1,5ºC, considerado o limite mais seguro para evitar mudanças perigosas no clima da Terra.

Hoje (10) foi apresentada a primeira versão do documento que sumariza a Convenção de Mudanças Climáticas da ONU. O texto ainda pede o fim gradual dos combustíveis fósseis

Rascunho do documento final da COP26 propõe meta anual para reduzir emissões

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COP26: Evento alternativo exerce pressão sobre países em Glasgow

Ao final da primeira semana da COP26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a realidade vai se assentando de que os compromissos climáticos (salvo algumas boas promessas) por ora ainda deixam a desejar, com  poucas soluções práticas e imediatas.

Em meio a isso, começou neste domingo (7) em Glasgow, onde ocorre a COP26, um encontro climático alternativo, que propõe trazer soluções e propostas negligenciadas entre as delegações internacionais.

O Encontro das Pessoas por Justiça Climática (People’s Summit for Climate Justice) é organizado pela Coalizão COP26, também responsável pelos protestos realizados globalmente no sábado. “Estamos criando um ‘movimento de movimentos’ para aprofundar e remoldar a compreensão da crise climática no norte global através de uma lente de justiça climática”, disse Asad Rehman, cofundador da coalizão e diretor da ONG War on Want.

O Encontro das Pessoas tem uma programação que vai até o dia 10, com eventos online e presenciais (realizados em Glasgow), e qualquer um pode se registrar para acompanhar . O objetivo é trazer vozes e ideias que os organizadores julgam estar ausentes da COP26: a discussão de um novo pacto verde global, o chamado “green new deal”; a responsabilização dos poluidores; a exploração do conhecimento ecológico indígena e o contraste entre a chamada neutralidade de carbono (que envolve promover ações para compensar o que se emite) e o real carbono zero (com o fim das emissões).

O Encontro das Pessoas por Justiça Climática apresenta propostas e soluções negligenciadas pelas delegações internacionais. Entenda.

COP26: Evento alternativo exerce pressão sobre países em Glasgow

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Acordo entre mais de 100 países prevê zerar desmatamento global até 2030

Em um dos primeiros resultados significativos da COP26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que começou no domingo (31), em Glasgow, representantes de mais de cem países assinaram um acordo com o objetivo de zerar o desmatamento global até 2030. Chamada de Forest Deal, a iniciativa tem apoio de vários países do mundo desenvolvido e a adesão de China e Brasil.

A negociação prevê o investimento de US$ 19,2 bilhões em recursos públicos e privados em ações de preservação de florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas.

A adesão do Brasil é especialmente relevante, considerando que a maior parte da Amazônia, maior floresta tropical do planeta, está localizada em seu território. Também vale dizer que os termos do acordo contrastam com a política recente adotada pelo governo brasileiro, que afrouxou controles, fiscalização e punição de desmatamento ilegal.

De acordo com o embaixador brasileiro Paulino Franco de Carvalho Neto, que chefia as tratativas da delegação brasileira na COP26, a adesão traz uma “nova postura” do governo na área ambiental.

Dos US$ 19,2 bilhões destinados à proteção de florestas, algo como US$ 12 bilhões virão de 12 países, dentre os quais se destacam Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, França e Alemanha. Eles serão distribuídos para países em desenvolvimento entre 2021 e 2025. Há a expectativa de que o Brasil seja um destino importante dos recursos, ao lado de outros países com vastas florestas tropicais, como Indonésia e Congo.

Negociação prevê o investimento de US$ 19,2 bilhões. O Brasil faz parte da iniciativa, e deve receber uma parte considerável dos recursos.

Acordo entre mais de 100 países prevê zerar desmatamento global até 2030

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COP26: Brasil lança suas metas para cortes de emissões de CO2

Nesta segunda-feira (1), durante a COP26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que acontece em Glasgow, o Brasil apresentou sua nova meta de redução de emissão de gases-estufa. Ela agora prevê a neutralização das emissões de carbono até 2050 e um corte de 50% até 2030.

O anúncio foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e representou um avanço comparado ao que o governo federal havia anunciado antes, quando apresentou uma meta de reduzir as emissões em 43% até 2030. O presidente Jair Bolsonaro, que participou da conferência do G20 no último final de semana, optou por permanecer a passeio na Itália. Para a Cúpula do Clima, ele gravou um vídeo que precedeu a fala de Leite.

Mesmo com o avanço, não está claro que o país tenha de fato elevado suas ambições com relação ao que fora apresentado em 2015, quando aderiu ao Acordo de Paris. Na ocasião, o valor proposto para as reduções até 2030 era de 43%, mas com relação ao padrão de 2005, que era de 2,1 gigatoneladas anuais de CO2e (dióxido de carbono equivalente, uma forma de somar todos os gases emitidos numa unidade só, baseada no efeito atmosférico do CO2, o mais importante dos gases-estufa).

Só que, em dezembro de 2020, o governo brasileiro atualizou sua proposta, mantendo os 43%, mas levando em conta uma nova estimativa do nível de emissões em 2005, que passou a 2,8 gigatoneladas de CO2e.

Ou seja: na prática, o país prometia cortar a mesma quantidade, mas partindo de uma base maior, o que representava um aumento com relação à proposta firmada em Paris para 2030. Com a atualização de 43% sobre 2,1 gigatoneladas para 50% sobre 2,8 gigatoneladas, a ambição em termos de emissões ficou do mesmo tamanho. Reduz o que estava sendo chamado de “pedalada climática”, mas não amplia de fato a meta brasileira apresentada no Acordo de Paris – objetivo explícito da COP26.

Enquanto isso, Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou que o mundo “está cavando a própria cova”. Saiba o que rolou na conferência climática nesta segunda (1).

COP26: Brasil lança suas metas para cortes de emissões de CO2

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O que esperar da COP26

Iniciou-se neste domingo (31) a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP26. O evento, sediado no Reino Unido, vai se estender por duas semanas, até o dia 12 de novembro. Chefes de Estado e delegações governamentais de 200 países se reúnem na cidade de Glasgow, na Escócia, com o objetivo de atualizar as metas para conter o aquecimento global e a crise climática.

Cerca de 25 mil pessoas são esperadas no evento, entre líderes mundiais, jornalistas e negociadores para as metas que virão a ser definidas. A conferência ocorre todos os anos desde 1995, mas essa edição é particularmente importante, já que marca o aniversário de cinco anos do Acordo de Paris, assinado por 196 países em 2015 (a COP26 deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiada devido à pandemia).

As expectativas para a COP estão altas: trata-se do primeiro encontro desde o lançamento do sexto relatório do IPCC, em agosto deste ano. O documento, que compilou dados de 14 mil estudos, apresenta cinco cenários possíveis (do mais otimista ao mais pessimista) para o aumento das temperaturas globais – e o que precisamos fazer para atingir cada um deles. Ou seja, se há um momento para discutir e decidir ações, é agora.

Começa a conferência climática mais importante dos últimos anos. Entenda por que ela é fundamental, e saiba o que vai acontecer por lá.

O que esperar da COP26

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