Baleias a 8 mil quilômetros de distância podem cantar as mesmas “canções”

Grupos de baleias jubarte trocam canções ao longo do Oceano Pacífico, e isso acontece entre distâncias maiores do que se pensava. Em um estudo publicado na última quarta (31), cientistas descobriram que baleias na Austrália passaram suas canções para outras na Polinésia Francesa. Depois, as canções apareceram entre outro grupo de baleias na costa do Equador – a uma distância de quase 8 mil quilômetros.

Cientistas usam a palavra “canção” para descrever padrões regulares e previsíveis de sons produzidos por algumas espécies de baleia, como as baleias jubarte. Esses animais combinam diversas sequências de sons, formando canções que duram entre cinco e trinta minutos – mas podem ser repetidas por horas.

Animais que vivem na costa do Equador criaram canções inspiradas em baleias da Polinésia Francesa – que, por sua vez, “roubaram” trechos de canções de um grupo da Austrália.

Baleias a 8 mil quilômetros de distância podem cantar as mesmas “canções”

publicado em superinteressante

Você viajaria 6 mil km atrás de um parceiro? É o que fazem essas baleias

Já pensou percorrer a distância entre São Paulo e Honduras em busca de um companheiro? 

Talvez a distância de 6 mil quilômetros pareça inviável para arranjar um contatinho. Mas algumas baleias-jubarte encaram o desafio, viajando entre o México e o Havaí em uma única temporada de reprodução.

Foi o que descobriu uma equipe de cientistas liderada por James Darling, da Whale Trust Maui (Havaí), uma organização dedicada a pesquisas e programas de educação sobre as baleias e o ambiente marinho. O grupo estudou mais de 26 mil baleias-jubarte que habitam o norte do Oceano Pacífico e publicou suas descobertas na revista Biology Letters.

As baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) são encontradas em todos os principais oceanos e migram anualmente entre áreas de alimentação, no verão, e áreas de reprodução (em águas mais quentes, próximas à Linha do Equador), no inverno. 

Aquelas que habitam o Pacífico Norte, por exemplo, passam os verões no Alasca e Canadá antes da viagem para regiões próximas ao México e Havaí, onde vão acasalar, parir e amamentar seus filhotes. As baleias se dividem em grupos, e cada um costuma escolher um destino para a temporada de reprodução.

Mas existem algumas evidências de que os grupos se misturam de vez em quando, como canções compartilhadas e registros de baleias que “contrariam” seu grupo e partem para um local diferente em determinado inverno, por exemplo. 

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Darling e seus colegas resolveram investigar melhor como diferentes grupos de baleias do Pacífico Norte podem se sobrepor. Para isso, estudaram um banco de fotos de mais de 26 mil baleias-jubarte, tiradas desde 1977.

As baleias-jubarte têm padrões únicos de manchas e riscos em branco e preto na parte inferior de suas caudas, que permitem a identificação de cada indivíduo pelos cientistas. Então, a equipe analisou os padrões de cada foto, com a ajuda de um software, e reconheceu duas baleias macho que foram fotografadas no Havaí e no México durante a mesma temporada de reprodução.

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Um deles viajou 4.545 quilômetros em 53 dias no ano de 2006, deixando seu grupo em Olowalu, na ilha de Maui (Havaí), para se juntar a outras baleias na Isla Clarión, no México. Outro viajou 5.944 quilômetros em 49 dias, em 2018, partindo de Zihuatanejo (México) até Maui.

As distâncias surpreenderam a equipe de pesquisa e indicam que as baleias-jubarte podem ser muito mais móveis e rápidas do que se pensava. “Elas podem estar viajando pelo oceano como se fosse seu quintal”, afirma Darling à revista New Scientist. “Isso realmente muda a maneira como pensamos sobre as baleias.”

Pesquisadores estudaram registros de 26 mil exemplares da espécie no Pacífico – e descobriram que eles podem ser mais rápidos do que se pensava.

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publicado originalmente em superinteressante

Mudanças climáticas levam a queda em população de baleias, indica estudo

As baleias francas do Atlântico Norte quase foram extintas por causa da caça comercial no século 19. Quando a prática foi proibida, a espécie se recuperou aos poucos. Mas, recentemente, em 2017, aconteceu um declínio repentino na população. Um estudo publicado no periódico especializado Oceanography tentou entender por quê – e tudo indica que a culpa é das mudanças climáticas, desencadeadas pela ação humana. 

Os cientistas analisaram o Golfo do Maine, nos EUA, e o litoral da província canadense Nova Escócia. Coletaram dados sobre a presença de plâncton, temperatura da água e outras parâmetros do oceano e, é claro, avistamentos de baleias. 

Esses números indicam que, de 2010 em diante, essas regiões do oceano foram alteradas como nunca antes pelo aquecimento global. O baque é sentido com força pela corrente do Golfo – um fluxo natural do Atlântico que tem origem no Golfo do México e influencia todo o clima da América do Norte e da Europa.  

Alterações na Corrente do Golfo bagunçaram o habitat de baleias francas do Atlântico Norte. Em busca de comida, elas entraram no caminho da pesca – e estão trombando com os navios.

Mudanças climáticas levam a queda em população de baleias, indica estudo

publicado originalmente em superinteressante

Por que as baleias encalham? Nós também temos uma parcela de culpa

Por que as baleias encalham? Nós também temos uma parcela de culpa.Todo ano, milhares de baleias, golfinhos e outros animais marinhos aparecem em praias do mundo inteiro. Esse fenômeno, conhecido como encalhe, ocorre tanto com animais saudáveis quanto com aqueles feridos (ou mortos), que são arrastados pelo vento até a praia. 

https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2021/04/por-que-as-baleias-encalham-nos-tambem-temos-uma-parcela-de-culpa

publicado originalmente em National geographic

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