Tradições culinárias do neolítico em potes de cerâmica

Uma equipe de cientistas descobriu novas informações sobre a dieta das pessoas que viviam na Grã-Bretanha durante o período neolítico. Entre elas, há evidências de que esses habitantes cozinhavam cereais, incluindo trigo, em panelas.

Usando uma análise química de antigos pedaços de cerâmica incrivelmente bem preservados encontrados nas águas escocesas, a equipe descobriu que os cereais eram cozidos em panelas e misturados com laticínios e ocasionalmente carne, provavelmente para criar algum tipo de mingau ou guisado. Além disso, os antigos habitantes usavam potes menores para cozinhar cereais com leite e potes maiores para pratos à base de carne.

O cultivo de cereais é presente na Grã-Bretanha desde cerca de 4000 a.C., e provavelmente foi trazido por agricultores que vieram da Europa continental – afirmação baseada em grãos de cereais preservados e outros detritos encontrados em sítios neolíticos. As novas descobertas agora mostram que os biomarcadores de cereais podem ser preservados por milhares de anos a mais em condições favoráveis.

Outro ponto importante da pesquisa foi o estado de conservação dos potes. As cerâmicas analisadas ​estavam intactas e decoradas, o que pode sugerir que algum tipo de uso cerimonial.

A análise de cerâmicas extremamente bem conservadas permitiu que os pesquisadores encontrassem traços moleculares de alimentos.

Tradições culinárias do neolítico em potes de cerâmica

publicado em superinteressante

Fósseis da Era do Gelo são encontrados em caverna na Inglaterra

Desde 2015, uma nova cidade está sendo construída no condado de Devon, no sudoeste da Inglaterra. Com o nome de Sherford, ela vai abrigar mais de cinco mil casas, além de parques, escolas e empresas. As obras não foram concluídas, mas os primeiros moradores já deram as caras – encontrados por uma equipe de arqueólogos.

Em uma caverna na região, estavam escondidos ossos de animais da última Era do Gelo, como os de um mamute-lanudo e um rinoceronte-lanudo. Eles foram encontrados em escavações feitas durante obras de infraestrutura e agora estão sob investigação de cientistas das universidades de Manchester e Winchester e de outras instituições inglesas.

Os pesquisadores identificaram uma presa e dentes molares de um mamute, assim como o crânio e a mandíbula inferior de um rinoceronte (que você vê na imagem acima). Também foram encontrados um esqueleto quase completo de um lobo e restos parciais de hiena, cavalo, raposa, renas e lebres.

Presa de mamute-lanudo, uma das descobertas em Sherford.

Os fósseis têm entre 30 e 60 mil anos e datam do Devensiano Médio – nome que os cientistas atribuem a um período da última Era do Gelo em que grandes camadas de gelo cobriam as Ilhas Britânicas.

Os ossos foram encontrados juntos, mas ainda não está claro se os animais viveram ao mesmo tempo. Ao longo de milhares de anos, eles podem ter caído para dentro da caverna por um buraco na superfície (em caso de mortes acidentais) ou ter sido levados por predadores.

Entre os restos mortais encontrados, estão ossos de mamute e rinoceronte, que datam de 30 a 60 mil anos atrás. Confira.

Fósseis da Era do Gelo são encontrados em caverna na Inglaterra

publicado originalmente em superinteressante

Arqueólogos podem ter descoberto o significado dos gravetos com vértebras humanas no Peru

Em 2013, um grupo de arqueólogos estava investigando uma área de 40 km²no Vale do Chincha (Peru), onde há 664 túmulos. Em um deles, encontraram um artefato macabro: um conjunto de vértebras humanas enfileiradas em um graveto. Eles estavam por toda parte: no total, foram encontrados 192 gravetos por lá.

Os gravetos são conhecidos há bastante tempo por agricultores do Vale, que fica situado a aproximadamente 200 quilômetros ao sul da capital Lima. A equipe de cientistas recolheu 79 gravetos para examiná-los de perto.

Os dados coletados foram reunidos em um estudo, publicado no periódico Antiquity. Segundo os pesquisadores, os objetos podem ter sido criados em resposta ao saque de túmulos realizado por colonizadores espanhóis, 500 anos atrás. Enfileirar as vértebras seria forma simbólica de restaurar a integridade dos restos mortais dos antepassados.

A partir de datação por radiocarbono (técnica que permite determinar a idade de alguns materiais), a equipe descobriu que as vértebras pertenceram a pessoas enterradas entre 1520 e 1550 – uma época conturbada do Vale do Chincha. 

O local foi o centro político da civilização Chincha até se tornar parte do Império Inca por volta do ano 1480. Mas, a partir da chegada dos espanhóis à região na década de 1530, a população local sofreu com invasões, fome e doenças – todo tipo de destruição que levou ao seu declínio.

Embora as vértebras sejam do início dos anos 1550, os gravetos datam de um período posterior, entre 1550 e 1590. Nessa época, não era raro os espanhóis saquearem e a destruírem cemitérios indígenas em busca de artefatos de prata e ouro nos túmulos (chamados de chullpas). Além disso, havia o esforço em atacar crenças e práticas sagradas locais, na tentativa de implantar o catolicismo.

Os arqueólogos investigaram mais de 600 chullpas, como as da imagem.

Segundo os pesquisadores, a construção dos objetos pode ter sido uma resposta aos ataques coloniais, que deixavam os restos mortais dispersos – e, portanto, profanados. Seria um “compromisso de longo prazo” com os mortos, e uma tentativa de reconstruir parte dos esqueletos.

Os objetos foram encontrados em túmulos de 500 anos – e podem ter sido uma resposta dos povos locais aos saques feitos por colonizadores espanhóis.

Arqueólogos podem ter descoberto o significado dos gravetos com vértebras humanas no Peru

publicado originalmente em superinteressante

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