A Maldição do Farol… Sempre tem um lugar (parte dois)

Como de costume, entrou alguns quilômetros lagoa a dentro, no local que geralmente a quantidade de peixes costumava ser maior, soltou o espinhal de anzóis e estava esticando o nylon quando de repente um nevoeiro começou a subir da água em uma velocidade que Faustino nunca havia presenciado. Ele ficou estático, na esperança que a bruma logo se dissipasse, mas não, continuou tão fechado que não dava para enxergar um palmo diante do nariz. Decidiu então se sentar no fundo do barco e comer seu último sanduíche, na esperança que dentro em pouco conseguiria voltar a praia. Ele cai em um leve sono e agora sonha , ali reencontra sua sofrida mãe que há tantos anos ele deixara para trás com seus irmãos, Faustino partira não por falta de amor, mas porque vendo que nunca sairiam daquela situação, optou por não mais suportar a fome e a miséria.

Mas o sentimento por haver abandonado a mãe e os irmãos nunca o deixou…no sonho ele os abraça, saudoso, carente de perdão… porém há algo estranho, o abraço deles é apertado demais, estão o sufocando, quebrando suas costelas, o esmagando por dentro. Faustino dá um profundo suspiro e acorda com o barco batendo em alguma coisa. O nevoeiro continua tenebroso, mas o barco chegou na margem , logo a frente ele distingue a luz de um farol . Sim, é um farol, apesar da neblina não deixá-lo à vista. Agradecendo aos céus ele desce do barco, às cegas. Faustino arrasta- o para fora d’água e tenta colocar as ideias em ordem.

Na verdade ele sequer consegue imaginar onde esteja, não dá para enxergar nada em volta… apenas a tênue lâmpada do farol. Diante da situação ele resolve que o melhor a fazer é pedir abrigo até que possa voltar em segurança para a vila. Ao chegar ao prédio, ele ouve vozes lá dentro, e pergunta a si mesmo se é prudente chamar os moradores…mas mal acaba de pensar isso, a porta se abre e o faroleiro uniformizado cruza o batente.

  • Saudações Faustino, meu nome é Matias, seja muito bem vindo!

… continua

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