Sou do tempo do “Sítio do Pica pau amarelo” dos primeiros …anos 70 …os melhores sem dúvida ❣️
Então,eu tinha meus 8 anos e meu pai comprou um sítio bem nessa época… imagina se não passava os dias procurando o Reino das Águas Claras no riacho,ou pedindo desesperada pro meu avô fazer armadilha de saci pra mim🤭
Traquinagens a parte ,o Sitio marcou a minha e tantas infâncias que pensei em postar aqui a abertura para matarmos as saudades.
O grande Monteiro Lobato,à sua maneira ,encheu de fantasia e cor uma parte linda das nossas vidas.
Que bom se as crianças de hoje tivessem tanta liberdade, natureza e histórias pra contar como a nossa privilegiada geração ✨✨❤️
Houve, uma vez, um sapateiro que, não por sua culpa, ficara tão pobre que só lhe restava couro para um único par de sapatos.
A noite, cortou o couro para fazer os sapatos no dia seguinte; e, como tinha a consciência tranquila, deitou-se na cama, encomendou-se ao bom Deus e dormiu sossegadamente.
Pela manhã, após recitar as orações, dirigiu-se á mesa para trabalhar; mas deparou com os sapatos já prontos, ele admirou-se e não sabia o que pensar a este respeito. Pegou nas mãos os sapatos para observá-los mais de perto e viu que estavam tão perfeitos que não havia um único ponto errado; eram, realmente, uma obra-prima.
Logo depois, chegou um comprador; os sapatos lhe agradaram tanto, que pagou muito acima do preço estipulado. Com esse dinheiro, o sapateiro pôde comprar couro para dois pares de sapatos.
A noite, cortou o couro para fazê-los, com a melhor disposição, no dia seguinte; mas não foi preciso. Quando se levantou pela manhã, os sapatos já estavam prontos, e não faltaram compradores que lhe deram tanto dinheiro, que lhe permitiu comprar couro para quatro pares de sapatos.
De manhã cedo, ao levantar-se, encontrou prontos também esses; e assim prosseguiam as coisas: o que ele cortava à noite, encontrava feito de manhã; dessa maneira melhorou muito de situação e acabou ficando abastado.
Ora, aconteceu que uma noite, pouco antes do Natal, o sapateiro preparou e deixou cortados os sapatos. Antes, porém, de ir para a cama, disse à mulher: – Que tal se ficássemos acordados esta noite, para ver quem é que nos auxilia tão generosamente? A mulher concordou alegremente; acendeu uma luz; depois esconderam-se atrás das roupas dependuradas nos cantos da sala, e ficaram aguardando atentamente.
Ao dar meia-noite, chegaram dois graciosos gnomos completamente nuzinhos; sentaram-se à mesa de trabalho, pegaram o couro preparado, e com seus dedinhos ágeis puseram-se a furar, a coser e a bater, com tanta rapidez, que o sapateiro não conseguia despregar os olhos, de admiração.
Não pararam enquanto não ficou tudo pronto; depois deixaram os sapatos acabadinhos sobre a mesa e, rápidos, safram saltitando pela porta fora. Na manhã seguinte, a mulher disse: – Os gnomos nos enriqueceram; devemos demonstrar-lhes nossa gratidão; eles andam por aí sem nada no corpo e devem ficar gelados de frio. Queres saber uma coisa? Vou coser para eles uma camisinha, um gibão, um colete e um par de calçõezinhos, farei, também, um par de meias para cada um ,tu podes acrescentar os sapatinhos. O marido respondeu: – Alegro-me muito com tua ideia. E à noite, quando tudo ficou pronto, colocaram os presentes no lugar do trabalho cortado e depois esconderam-se para ver que cara fariam os gnomos.
À meia-noite, chegaram eles; pulando, dirigiram-se à mesa para trabalhar mas, ao invés do couro, encontraram todas aquelas graciosas roupinhas. Primeiro admiraram-se muito, depois manifestaram grande alegria. Com uma rapidez incrível vestiram-se, alisaram as roupas no corpo e puseram-se a cantar:
Nós somos rapazes elegantes e faceiros, Para que sermos ainda sapateiros?
e divertiam-se dando cabriolas, dançando e pulando sobre os bancos e as cadeiras. Por fim, saíram, dançando, pela porta fora. Desde aí não mais voltaram, mas o sapateiro passou muito bem enquanto viveu, e teve sempre muita sorte em tudo quanto empreendia.
Vendo toda essa gente dando o rosto a tapa pelo que acreditavam,penso quando teremos a mesma atitude e coragem…
Buscar a justiça e a Paz nem sempre é meigo e tranquilo,pode ser bem turbulento e difícil,bem mais difícil será explicar aos que virão que deixamos escapar por omissão o que tão heróica e sofridamente foi conquistado.
Que os Seres Superiores e nosso senso de humanidade nos ajudem a enxergar uma solução.